Inflação acumulada em doze meses no Brasil é a maior em dez anos
Rio de Janeiro, 6 mar (EFE).- O Brasil acumulou nos últimos doze meses, até fevereiro, uma inflação de 7,7%, o maior índice registrado nos últimos dez anos, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Brasil não registrava uma inflação anualizada tão elevada desde a taxa de 8,05% medida entre junho de 2004 e maio de 2005.
O resultado de fevereiro contribuiu para a alta, quando a inflação foi de 1,22%, ligeiramente inferior ao índice de 1,24% medido em janeiro mas quase o dobro de 0,69% registrado no mesmo mês do ano passado.
A alta de preços de fevereiro foi a maior para o segundo mês do ano desde 2003, quando ficou em 1,57%.
A inflação acumulada no primeiro bimestre de 2015 chegou a 2,48%, o dobro da medida nos dois primeiros meses do ano passado (1,24%).
A taxa acumulada nos dois meses de 2015 é mais da metade da meta de 4,5% estabelecida pelo o governo para todo o ano, embora o Ministério da Fazenda trabalhe com uma margem de tolerância de dois pontos percentuais, o que permite que a inflação chegue a um máximo de 6,5%.
O país terminou 2014 com uma inflação de 6,41%, acima da de 2013 (5,91%) mas abaixo do teto máximo tolerado pelo governo.
Para este ano os economistas do mercado financeiro projetam uma inflação de 7,47%, quase um ponto percentual acima do teto máximo admitido pelo governo.
Os analistas consideram que o índice apenas começará a ceder em 2016, para quando preveem uma alta dos preços de 5,50%.
Para combater a inflação, o Banco Central iniciou no ano passado um processo gradual de elevação dos juros, que transformou o Brasil no país com a maior taxa de juros em termos reais (já descontada a inflação) do mundo.
O BC elevou na quarta-feira a taxa básica oficial de taxas de juros em meio ponto percentual, até 12,75%, a quarta alta consecutiva.
Segundo o IBGE, o que mais pressionou a inflação em fevereiro foi a alta de 8,42% do preço da gasolina. O reajuste do combustível foi responsável por 0,31% de toda a inflação do mês.
A taxa do mês também foi afetada pelo aumento de 5,88% nos preços do setor de educação na época de início das aulas. Apenas as mensalidades escolares subiram 7,24%. EFE
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