Inflação acumulada no Brasil em um ano supera meta do governo

  • Por Agencia EFE
  • 08/07/2014 10h35
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Rio de Janeiro, 8 jul (EFE).- A inflação do Brasil em junho foi de 0,40%, a menor nos últimos nove meses, mas a acumulada nos últimos doze meses chegou a 6,52%, superando o teto da meta estipulada pelo governo para o ano (6,5%), informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice cedeu em junho em relação aos meses anteriores, já que em maio tinha sido de 0,46%, em abril de 0,67% e em março de 0,92%, e não era tão baixa desde o 0,35% medido em setembro do ano passado.

O índice, no entanto, foi muito superior ao 0,26% registrado em junho do ano passado. A alta dos preços no primeiro semestre do ano situou a inflação acumulada entre janeiro e junho de 2014 em 3,75%, acima do 3,15% medido nos primeiros seis meses do ano passado.

Da mesma forma, o índice anualizado subiu de 6,37% em maio até 6,52% em junho, acima do teto da meta do governo para o ano mas abaixo do 6,70% medido entre julho de 2012 e junho de 2013.

O resultado põe em dúvida a capacidade do governo de cumprir a meta de terminar este ano com uma inflação de 4,50%, com uma margem de tolerância de dois pontos percentuais, o que permite que o índice chegue a um máximo de 6,50%.

O país fechou 2013 com uma inflação de 5,91%, acima do centro da meta do governo mas abaixo do teto máximo.

Os analistas do mercado financeiro consultados na semana passada pelo Banco Central preveem que a inflação de 2014 será de 6,46%, superior a de 2013 e ligeiramente abaixo do máximo tolerado pelo governo.

A inflação subiu em 2014 apesar do Banco Central ter elevado gradualmente a taxa básica de juros para tentar frear o consumo e a alta dos preços.

Os juros chegaram a 11% anual, mesmo nível de janeiro de 2011, quando Dilma Rousseff assumiu.

O governo acredita em que as medidas para reduzir a inflação comecem a fazer efeito no segundo semestre e que, após a desaceleração da taxa registrada nos últimos três meses, o índice termine o ano dentro da margem prevista.

Segundo o relatório divulgado hoje pelo IBGE, contribuiu para desaceleração dos preços pelo terceiro mês consecutivo o comportamento dos alimentos, cujos preços caíram 0,11% em junho após ter subido 0,58% em maio.

Os preços dos alimentos registraram em junho sua maior queda desde julho de 2013, quando caíram 0,33%.

“Parte dos alimentos passou a custar menos, entre os quais se destacaram a batata (-11,46%) e o tomate (-9,58%), que exerceram o principal impacto na queda dos preços, de -0,03 ponto percentual cada um”, explicou o IBGE.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a taxa oficial de inflação no Brasil desde 1980, mede o aumento dos preços nas dez maiores regiões metropolitanas do país para as famílias que ganham até 40 salários mínimos. EFE

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