Influente conselho indiano aprova casamento entre castas

  • Por Agencia EFE
  • 22/04/2014 12h06
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Nova Délhi, 22 abr (EFE).- Um influente conselho regional da Índia colocou fim a uma tradição de mais de 600 anos com a aprovação do casamento entre pessoas de diferentes castas, uma decisão qualificada de “histórica”, informou nesta terça-feira o canal local “NDTV”.

O “maha-khap panchayat” (“o grande conselho de castas”) da região nortista de Haryana, que representa um sistema de conselhos rurais que admistram a justiça por trás da polícia e dos tribunais, tomou a decisão de se adequar aos “novos tempos”.

“Os jovens de hoje em dia vão à univerdade e ali pode ser que conheçam alguém que gostem e com quem agora poderão se casar”, declarou Mahavir Singh, um dos líderes do conselho.

Esta decisão abriu também as portas à possibilidade do casamento por amor.

Singh esclareceu, no entanto, que durante a reunião do grande conselho realizada no domingo, ficou dedicido manter a proibição do casamento de pessoas que compartilhem “laços sanguíneos”, algo que “nunca será aceito”.

Outro líder regional, Subedar Indra Singh, assegurou à Agência local “PTI” que a “valente” decisão ajudará a ampliar as possibilidades de casamento para os jovens.

“Esta decisão histórica deve ser implementada em todo o país”, sentenciou Sube Singh Samaen, porta-voz nacional dos “panchayat” da Índia, de grande influência apesar da atividade destes conselhos ter sido declarada ilegal em 2011 pela Corte Suprema indiana.

No rígido e hierárquico sistema hindu de castas, muito potente ainda nas zonas rurais, a tradição manda que o casamento seja arrumado pelas famílias das partes, que levam em conta considerações tanto sociais como econômicas e religiosas.

Um casamento entre pessoas de diferentes castas costuma acarretar o repúdio dos parentes do casal, uma oposição cujo extremo se manifesta nos chamados “crimes de honra”: o assassinato de um ou dos dois recém-casados para recuperar a honra perdida.

Embora não existam dados oficiais sobre o número de “crimes de honra” que são cometidos por ano no gigante asiático, a Associação de Mulheres Democráticas da Índia os situou em cerca de mil, segundo recolhe “NDTV”.

Em um dos últimos casos de “crime de honra” com repercussão na imprensa indiana, ocorrido no final de março, uma jovem de 26 anos foi estrangulada por seus pais, que se opunham ao recente casamento de sua filha com um menino que pertencia a outra casta. EFE

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