Infraestrutura e altos impostos afetam conectividade aérea na América Latina

  • Por Agencia EFE
  • 12/02/2015 17h48

Bogotá, 12 fev (EFE).- A falta de infraestrutura nos aeroportos e as altas taxas cobradas de passageiros e companhias aéreas afetam a conectividade e impedem que a aviação impulsione as economias da América Latina e do Caribe, advertiu nesta quinta-feira a Associação de Transporte Aéreo Internacional (Iata).

“A qualidade das infraestruturas na América Latina e no Caribe representa um sério problema na região”, disse em entrevista coletiva em Bogotá o diretor-geral da Iata, Antony Tyler.

Segundo uma lista do Fórum Econômico Mundial, somente Panamá e Barbados estão entre os 35 primeiros países com melhores infraestruturas de transporte aéreo do mundo, frente ao posto 64 do México, 105 da Colômbia e 131 do Brasil.

Tyler fez um chamado aos governos para que fomentem “a criação de infraestruturas mais competitivas e mais eficientes”.

“Há 47 tipos diferentes de impostos e taxas na América do Sul e Central e outras 34 no Caribe com o propósito de fomentar o turismo, mas produzem exatamente o efeito contrário e constituem um verdadeiro obstáculo que impede que a aviação promova o desenvolvimento econômico e o emprego na região”, asseverou.

E chamou a atenção porque em países como a Jamaica as taxas aeroportuárias para os passageiros, que chegam a 50% do valor da tarifa, “não guardam qualquer relação com os serviços prestados às companhias aéreas”.

Ele ainda ressaltou o caso da Venezuela, que deve US$ 3,6 bilhões a 24 companhias aéreas, pois não permite que as companhias repatriem seu dinheiro.

“Buscamos de muitas maneiras nos aproximar do governo para discutir soluções e estabelecer prazos ou condições que tornem os pagamentos mais viáveis”, sustentou.

Também ressaltou o projeto de expansão do aeroporto Eldorado de Bogotá, que permitirá passar em dois anos de 29 milhões de passageiros anuais para 40 milhões.

“O governo (colombiano) tem planos de expansão muito ambiciosos”, entre eles um acordo com a Iata para redesenhar o espaço aéreo do país, contou.

Segundo os cálculos da Iata, as companhias aéreas que operam na América Latina e no Caribe terão lucro líquido de US$ 1 bilhão este ano, frente aos US$ 700 milhões de 2014.

“Embora a tendência tenha melhorado, a região está na retaguarda. As companhias aéreas locais ganharão este ano US$ 3,53 por passageiro, menos de 1% da tarifa média de ida e volta”, explicou Tyler, que acrescentou que para 2015 esta indústria estima lucro de US$ 25 bilhões no mundo todo.

Por outro lado, o diretor afirmou que a queda nos preços do petróleo deverá significar uma redução nas tarifas dos voos. EFE

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