Instabilidade não afetará gestão da dívida pública, diz coordenador do Tesouro

  • Por Agência Brasil
  • 24/08/2015 13h42
O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, José Franco Medeiros de Morais, dá entrevista, para comentar os resultados do Relatório Mensal da Dívida Pública referente a julho (Antônio Cruz/Agência Brasil) Antônio Cruz/Agência Brasil coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional

O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, José Franco Medeiros de Morais, disse hoje (24) que a instabilidade no mercado financeiro internacional não deve afetar a gestão da dívida pública federal (DPF). Segundo ele, a participação de investidores não-residentes na dívida, que poderia ser afetada por essa volatilidade internacional, embora seja relevante, não é crucial para a gestão da DPF.

“Na verdade, 80% da dívida pública federal está na mão de investidores locais, o que é um fator de segurança adicional. Sempre que, por alguma razão, falha a demanda de não-residentes, há uma local que pode perfeitamente compensá-la”, destacou.

Em relação especificamente à dívida externa, José Franco informou que o Tesouro Nacional não tem necessidade de financiamento externo em 2015, porque já fez um prefinanciamento.

-“Toda a dívida que vence em 2015 e parte em 2016, o Tesouro já comprou os recursos em dólar e fez um hedge [espécie de proteção contra oscilações no mercado financeiro]. Portanto, não temos necessidade de financiamento externo”, garantiu.

De acordo com o coordenador, o Tesouro tem um “colchão de liquidez” [reservas] para as dívidas externa e interna. “Esse colchão fica entre três e seis meses, de modo que se possa enfrentar as turbulências. Mas posso assegurar que fica no limite superior desse intervalo”, acrescentou Morais, sem revelar o valor.

O Tesouro Nacional deve evitar fazer emissões externas no momento. Para o coordenador, considerando a volatilidade no mercado internacional e o fato de o Tesouro Nacional não ter necessidade de financiamento externo “não há razão para se apressar e fazer emissões externas”.

Ele lembrou que o principal motivo para fazer emissões de títulos púbicos no exterior é abrir mercados, sobretudo para empresas nacionais, levando-as a ter bons pontos de referência na curva de juros para as emissões de papéis.

“De forma geral, são papéis de 10 a 30 anos, que estão lá e têm bastante liquidez. Isso não quer dizer que não continue nos planos do Tesouro uma emissão externa”, concluiu.

Hoje (24), A bolsa de Xangai, na China, registrou perdas superiores a 8%, aproximadamente meia hora depois da abertura da sessão, tendência seguida nas praças de Hong Kong, Tóquio e em outros mercados. No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo chegou a registrar queda de 6%. Às 13h20, o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de São Paulo, caiu 1,94%,.

 

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