Instituições financeiras projetam aumento da inflação para 10,7%

  • Por Agencia Brasil com AE
  • 21/12/2015 09h03
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Cédulas de dinheiro. Foto: Marcos Santos/USP Imagens Marcos Santos/USP Imagens dinheiro

A projeção de instituições financeiras para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), neste ano, subiu pela 14ª semana seguida, ao passar de 10,61% para 10,70%. Para 2016, a estimativa para o IPCA subiu pela terceira vez consecutiva, com o ajuste de 6,80% para 6,87%. As estimativas foram divulgadas hoje (21) e estão no Boletim Focus do Banco Central (BC), uma publicação semanal, feita a partir de consultas a instituições financeiras.

As duas projeções estão acima do limite superior da meta, que é 6,5%. O centro da meta é 4,5%. O Banco Central estima que a inflação só deve atingir o centro da meta em 2017. O principal instrumento usado pelo BC para controlar alta dos preços é a taxa básica de juros, a Selic. O Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por definir a Selic, elevou a taxa por sete vezes consecutivas. Nas reuniões do comitê em setembro, outubro e novembro, o Copom optou por manter a Selic em 14,25% ao ano.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.Dinheiro

Levantamento

A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que passou de 10,99% para 10,82%, este ano, e de 6,14% para 6,11%, para 2016. Para o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a estimativa foi ajustada de 10,81% para 10,72%, em 2015, e foi mantida em 6,48%, no próximo ano. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) permaneceu em 10,85%, este ano, e subiu de 5,27% para 5,81%.

A projeção para a alta dos preços administrados foi mantida em 18%, este ano, e em 7,50%, em 2016.

PIB

A inflação alta vem acompanhada de encolhimento da economia tanto neste ano quanto em 2016. A projeção para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, passou de 3,62% para 3,70% este ano, no quinto ajuste seguido. Para 2016, a estimativa de queda foi alterada pela 11ª vez consecutiva, ao passar de 2,67% para 2,80%.

A projeção para a cotação do dólar continua em R$ 3,90, ao final deste ano, e em R$ 4,20, no fim de 2016.

Selic

Com o discurso mais duro do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e a indecisão que rondava a substituição do ministro da Fazenda, Joaquim Levy na última sexta-feira, o mercado financeiro já conta que o Comitê de Política Monetária (Copom) terá de elevar a taxa básica de juros dos atuais 14,25% ao ano para 14,75% ao ano na primeira reunião de 2016. A mudança pode ser considerada drástica, já que há 15 dias, a expectativa desse mesmo levantamento era de manutenção da Selic em 14,25% ao ano ao longo de todo o ano que vem. 

A última decisão do colegiado foi de estabilidade da taxa básica de juros, mas com placar dividido em 6 a 2. Os diretores dissidentes (Sidnei Marques e Tony Volpon) já gostariam de ter visto uma alta de 0,50 ponto porcentual no encontro passado. 

O novo desenho do mercado financeiro para o rimo da taxa prevê uma nova elevação para 15,00% em março e mais uma subida – para 15,25% ao ano – em abril. A Selic, por essa nova projeção, ficará estacionada nesse patamar até outubro. Em dezembro, volta a cair, para 14,75% ao ano. A continuação dessa trajetória de baixa é esperada para o ano seguinte. Em janeiro de 2017, a Selic deve voltar para o patamar atual de 14,25% ao ano e, em março, cair para 14,00%. Em abril, a redução esperada é de 13,75% e, em maio, de 13,25% ao ano. Para junho de 2017, último dado disponível, os analistas projetam que a Selic estará em 13,00% ao ano. 

O mercado revisou também suas previsões para a Selic de 2017, de 12,00% para 12,25%, manteve a de 2018 em 11,00% e aumentou a de 2019 de 10,50% para 10,75%. Para 2020, foi mantida a projeção de 10,00% já apontada na semana passada.

Com Agência Estado

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