Insurgentes de Donetsk criam próprio parlamento e redigem Constituição
Kiev, 14 mai (EFE).- A autoproclamada “República Popular de Donetsk” anunciou nesta quarta-feira a criação de seu próprio órgão legislativo, que em sua primeira reunião aprovou um projeto de Constituição para esta região pró-russa que proclamou sua independência da Ucrânia.
“Formamos um Conselho Supremo com 150 deputados. Durante a primeira reunião, foi decidida a criação de um Conselho de Segurança e foi aprovado um projeto de emenda constitucional”, afirmou Miroslav Rudenko, co-presidente da república separatista, à agência russa “Interfax”.
Segundo a minuta constitucional, o chefe de Estado será o presidente do Conselho Supremo e será eleito pelos próprios deputados.
A candidatura do chefe da república separatista será abordada nos próximos dias, acrescentou Rudenko, que mantém que o Governador de Donetsk nomeado por Kiev já não ostenta nenhum poder real na região, epicentro da sublevação pró-russa.
Além disso, Rudenko assegurou que a polícia local passou ao bando rebelde e já não é subordinada a seus superiores em Kiev e que “em questão de dias” ocorrerá o mesmo com a guarda fronteiriça, após a proposta dos insurgentes de reabrir a fronteira com a Rússia.
Os líderes separatistas de Donetsk, que na segunda-feira proclamaram sua independência e pediram o ingresso na Federação Russa, criaram ontem suas próprias Forças Armadas.
O primeiro-ministro da República Russa da Crimeia, Sergei Axionov, reconheceu hoje os resultados dos referendos separatistas realizados no domingo passado em Donetsk e na vizinha Lugansk, e adiantou que entabulará relações com os líderes das novas repúblicas uma vez que sejam formadas as estruturas de poder.
Um grupo de insurgentes pró-russos bloqueou hoje uma unidade militar ucraniana em Donetsk quando completar o prazo apresentado pelos rebeldes para que as forças governamentais abandonem o território dessa região do leste do país.
Esta é a primeira vez na qual os pró-russos bloqueiam uma unidade militar como ocorreu em março na Crimeia, de onde as tropas ucranianas tiveram que ser recuadas pelo governo de Kiev quando Rússia anexou a península. EFE
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