Interpol ativou alerta para ex-promotor boliviano foragido no Brasil

  • Por Agencia EFE
  • 20/03/2014 20h05

La Paz, 20 mar (EFE).- O procurador-geral da Bolívia, Ramiro Guerrero, anunciou nesta quinta-feira que a Interpol confirmou nas últimas horas a ativação em sua página do “selo azul” de busca e localização do ex-promotor Marcelo Soza, que fugiu na semana passada para o Brasil, onde pediu refúgio.

Em Sucre, capital judicial e constitucional da Bolívia, Guerrero disse que enviou a solicitação de busca para a Interpol no último dia 13, assim que foi confirmada a fuga do ex-promotor, que até ano passado era o responsável pelo polêmico “caso terrorismo”.

O “selo azul” da Interpol tem como objetivo “a busca e localização de uma pessoa com fins investigativos”.

Marcelo Soza, que era responsável pelo chamado “caso terrorismo” ocorrido na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra, está no Brasil desde semana passada e solicitou refúgio ao país, que será analisado pela Comissão Nacional de Refugiados (Conare) brasileira.

Fontes oficiais em Brasília disseram à Agência Efe que Soza contratou os serviços do advogado Fernando Tiburcio, o mesmo que defende o senador opositor boliviano Roger Pinto, que está no Brasil com um status temporário de refúgio, válido até que se defina sua situação legal no país.

O caso de Roger Pinto provocou em agosto um conflito diplomático entre os dois países, e provocou a saída do então chanceler brasileiro, Antônio Patriota. A aparição de Soza no Brasil voltou a tensionar a relação entre os países.

O ex-promotor foragido dirigiu até março do ano passado, quando renunciou ao cargo, a investigação sobre um suposto complô contra Evo Morales ocorrido em abril de 2009 na cidade oriental de Santa Cruz.

O “caso terrorismo” foi divulgado em 16 de abril de 2009 quando um comando policial realizou uma operação em um hotel de Santa Cruz que terminou com a morte de três estrangeiros e dois detidos, acusados de formare uma célula terrorista que queria atentar contra Morales com fins separatistas.

Soza renunciou em março de 2103, depois de a oposição tornar públicas as gravações em que ele fazia revelações sobre corrupção no sistema judiciário boliviano e surgissem imagens suas com advogados que o governo prendeu por pertencerem supostamente a uma rede de extorsões.

Alguns dos acusados por Soza no “caso terrorismo” o acusaram de extorsão, enquanto a Procuradoria Geral iniciou um processo por descumprimento de dever devido a demora na finalização do processo, que começou há mais de quatro anos. EFE

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