Inundações e incêndios castigam várias regiões da Argentina

  • Por Agencia EFE
  • 03/03/2015 19h10

Buenos Aires, 3 mar (EFE).- Mais de 4 mil pessoas foram evacuadas nesta terça-feira no centro da Argentina por causa das inundações que atingem o país, enquanto no sul a luta é contra o fogo, que já arrasou mais de 35 mil hectares de floresta nativa e ainda não foi controlado pelas autoridades.

Uma das províncias mais afetadas pelas chuvas é Córdoba, cujo governador, José Manuel da Sota, confirmou hoje que o número de desabrigados já superou 2 mil e ordenou a divisão do estado em cinco microrregiões para responder de forma mais eficiente à emergência.

O governador também informou que o Exército da Argentina montará um centro de distribuição de ajuda aos afetados na cidade de Villa María, em Córdoba.

“A situação é crítica. A prioridade é proteger a vida da população e a paz social. Se for preciso inundar os campos para tirar a água dos povoados, nós o faremos”, afirmou Sota.

Na província vizinha de Santa Fé, até o momento não foram registrados danos materiais. No entanto, mais de mil pessoas de cinco departamentos da região foram evacuadas, confirmaram à Agência Efe fontes do governo argentino.

“Não é de extrema gravidade, mas estamos alertas”, disse hoje o governador de Santa Fé, Antonio Bonfatti, em entrevista coletiva para dar detalhes sobre a situação na região, acrescentando que o norte da capital provincial estava completamente alagada.

Em San Luis, também no centro do país, há 375 desabrigados, informou hoje a agência oficial Télam. O governador da província, Claudio Poggi, percorreu hoje as localidades mais afetadas pelas intensas chuvas que castigam a região.

“O importante é que estão todos com vida. O mais importante, o primeiro que foi preservado. Isso foi fruto de um trabalho muito bom em equipe”, destacou o líder provincial.

Em Santiago del Estero, há cerca de cem evacuados na capital provincial e outros 200 no departamento de Taboada. Porém, o subsecretariado de Defesa Civil informou que já há mais de 900 famílias com problemas por causa do fenômeno meteorológico.

Já na província de Catamarca, no noroeste da Argentina, o número de evacuados subiu para 600, conforme os dados oficiais.

O Serviço Meteorológico Nacional prevê mais chuvas na noite de hoje em Córdoba, San Luis e Santa Fé. Há chance também de tempestades nos próximos dias, mas há uma perspectiva de redução de intensidade.

Enquanto a água causa dor de cabeça a grande parte do território argentino, o fogo destrói a província de Chubut, no sul, onde os incêndios iniciados há duas semanas já arrasaram mais de 35 mil hectares de florestas nativas.

“Há certo alívio a partir da melhora nas condições meteorológicas, que trouxeram chuva nesses últimos dois dias”, disse à Efe o secretário geral de imprensa da província, Daniel Taito.

“Conseguimos algum grau de controle do incêndio, mas a situação continua sendo grave”, admitiu Taito.

O principal foco do incêndio começou em 15 de fevereiro, a 40 quilômetros da cidade de Cholila. Um dos chefes das brigadas de combate ao fogo tinha anunciado inicialmente que a origem do fogo teria sido a queda de um raio.

No entanto, o novo chefe de gabinete do governo da Argentina, Aníbal Fernández, denunciou ontem que “todos os incêndios são intencionais” e não foram causados por situações climatológicas.

Por outro lado, o governador de Chubut, Martín Buzzi, anunciou hoje a criação de uma comissão que averiguará a origem dos fogos e um projeto de lei para “proibir qualquer tipo de desenvolvimento imobiliário ou atividade comercial” em áreas afetadas por incêndios florestais “a fim de eliminar todo tipo de especulação”.

Já as autoridades da província de Neuquén, no sudoeste do país, tranquilizaram os moradores de Junín dos Andes e San Martín dos Andes, regiões da Argentina mais próximas ao vulcão chileno Villarrica que entrou em erupção na última madrugada.

“A situação está sob controle, mas dependemos das condições meteorológicas, principalmente do vento, que não é constante em direção ao lado argentino. Isso nos dá muita tranquilidade”, disse em comunicado a diretora de Defesa Civil de Neuquén, Vanina Merlo. EFE

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