Inundações em área remota e insegura do Afeganistão deixam 24 mortos

  • Por EFE
  • 18/05/2016 10h06
EFE/Ghulamullah Habibi Talibã Dois guerrilheiros talibãs entregam armas urante cerimônia de reconciliação realizada em Jalalabad

Pelo menos 24 pessoas morreram, 20 ficaram feridas e 26 estão desaparecidas pelas inundações provocadas pelas fortes chuvas no norte do Afeganistão, onde a presença de insurgentes dificulta o envio de ajuda, informou, nesta quarta-feira (18), à Agência EFE uma fonte oficial.

As fortes chuvas que castigam, desde a noite passada, o distrito montanhoso de Kohistanat, na província de Sar-e-Pol, ocasionaram enchentes que destruíram dezenas de casas em várias aldeias, disse o porta-voz do governador provincial, Zabihullah Amani.

“De acordo com nossa informação inicial, os corpos de 24 pessoas foram recuperados das águas e 20 feridos foram resgatados de casas de várias aldeias”, afirmou.

O porta-voz relata que os moradores destas localidades buscam 26 desaparecidos e que aqueles que perderam suas casas foram evacuados a zonas seguras.

“Estivemos trabalhando para (…) enviar ajuda às zonas golpeadas pela inundação. Pedimos também aos talibãs que não dificultem nossa operação para ajudar o povo afetado”, indicou.

Um porta-voz talibã, Zabiullah Mujahid, declarou que, em zonas sob controle insurgente, “é fácil para o governo enviar assistências ao povo afetado”, mas a operação tem de ser feita, “através de organizações humanitárias e não em veículos militares ou governamentais”.

“Não temos nada para ajudar as vítimas, porque estamos em combate e não temos instalações para socorre-las, mas ordenamos a nossos combatentes no distrito que façam o possível em auxílio dos que necessitarem”, asseverou.

Os insurgentes ganharam terreno em zonas afegãs após o fim da missão de combate da Otan, em 2014 e, desde final de 2015, controlam quase um terço do território, segundo um relatório do Inspetor Geral para a Reconstrução do Afeganistão dos EUA (SIGAR).

As fortes precipitações provocaram enchentes, em abril, no norte do país e deixaram cem mortos, dezenas de feridos, centenas de hectares de cultivos inutilizados e grandes danos materiais.

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