Investigação analisa DNA de 78 vítimas do acidente na França

  • Por Agencia EFE
  • 29/03/2015 17h12
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Luis Miguel Pascual.

Seyne-les-Alpes (França), 29 mar (EFE).- Os investigadores franceses avançam na análise das partes humanas encontradas no local do acidente do A320 nos Alpes franceses e hoje garantem que já trabalham com o DNA de 78 pessoas.

Trata-se de mais da metade ocupantes do avião, embora ainda não seja possível dizer os nomes dessas pessoas, já que para isso é preciso cruzar os dados extraídos no laboratório de campanha de Seyne-les-Alpes com as mostras recolhidas dos familiares em Paris.

Esta segunda etapa, que não acontecerá até que todos os restos mortais tenham sido recolhidos, será a que permitirá identificar cada um dos passageiros, sempre e quando se encontrem mostras analisáveis de todos eles, disseram à Agência Efe fontes da investigação. O dispositivo médico, psicológico e logístico de apoio às famílias das vítimas do acidente do avião é mantido em funcionamentos nos Alpes franceses.

Os trabalhos são feitos no ritmo já determinado por esses profissionais, que contam com 50 voos de helicóptero diários e 50 pessoas trabalhando em terra.

De acordo com o promotor do Ministério Público de Marselha, Brice Robin, para acelerar as buscas a previsão é de que se abra um caminho para que veículos possam circular e que conduzirá até o epicentro do drama, o que pode facilitar os trabalhos. Contudo, não há previsão de que eles terminem em menos de dez dias, já que é preciso mais tempo para que todas as vítimas sejam identificadas.

Só ao fim deste processo, os corpos serão entregues a seus parentes. É muito possível que a Justiça ordene análises complementares do piloto e do copiloto, como orienta o protocolo habitual em qualquer acidente.

O trabalho de recolhimento demanda tempo. Os técnicos franceses realizam uma minuciosa pesquisa em toda a região. Há partes humanas debaixo da fuselagem do avião e outras enterradas em um terreno pedregoso.

Paralelamente as buscas pelas vítimas, os investigares procuram indícios materiais que possam fornecer dados sobre as causas do acidente. A segunda caixa-preta, por exemplo, que após seis dias de buscas intensas ainda não apareceu, é considerada fundamental para a resolução do caso.

Os investigadores consideram que a violência do choque a 700 km/h contra uma rocha pode dificultar, mas acreditam em que a carcaça blindada na qual está instalada tenha mantido a salvo o seu conteúdo. Não se descarta, inclusive, que a caixa-preta esteja enterrada, o que atrasaria ainda mais. Mas os especialistas não se alarmam pela demora.

“No fundo, não passou tanto tempo”, disse um gendarme envolvido nas buscas.

Essa segunda caixa-preta contém o registro de todos os parâmetros técnicos do voo e pode ser valiosa para completar o relato do acidente que se desprende da primeira, achada no dia da colisão.

Da análise da primeira, onde está gravado o som da cabine, o fiscal concluiu que o copiloto, o alemão Andreas Lubitz, jogou de forma voluntária o aparelho contra as montanhas.

O avião, um Airbus da companhia aérea Germanwings, cobria a rota Barcelona-Düsseldorf levava 150 passageiros, a maioria espanhóis e alemães. EFE

lmpg/cdr

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