Investigação das Forças Armadas aos centros de tortura é digna de saudação, diz coordenador da CNV

  • Por Jovem Pan
  • 01/04/2014 16h10

Depois de 50 anos do Golpe Militar de 1964, as Forças Armadas vão investigar os centros de tortura durante a ditadura. Segundo o coordenador de Comissão Nacional da Verdade (CNV), Pedro Dallari, dos últimos anos, essa é a informação mais importante relacionada às Forças Armadas.

“É a informação mais importante dos últimos dias, talvez de todo o período de funcionamento da Comissão. (…) Ela significa uma mudança na postura das Forças Armadas, (…) que vinham até então optando pelo silêncio (…), aceitaram o pedido da Comissão Nacional da Verdade de que fossem instauradas comissões para investigar os centros de tortura”, disse o coordenador.

Dallari afirmou que essa postura das Forças Armadas é digna de uma saudação, já que uma das finalidades da Comissão da Verdade é promover o direito à memória da verdade e também a reconciliação nacional.

“A reconciliação pressupõe que todos aqueles que se envolveram naquele período, e as Forças Armadas foram diretamente responsáveis pela estruturação de um sistema de repressão, ajudem a reconstruir a história, a obter as informações, a inclusive a auxiliar a localizar os corpos dos brasileiros que ainda se encontram desaparecidos (…) e as as Forças Armadas têm a informação de onde é que esses corpos se encontram”, contou.

De acordo com o coordenador, a abertura dessa sindicância é uma prova de reconhecimento do Estado sobre o que aconteceu.

“Indiretamente, o Estado já vinha reconhecendo. O Estado, inclusive, já havia até indenizado vítimas e seus familiares que sofreram graves violações, mas nunca tinha ocorrido essa assunção da responsabilidade institucional”, afirmou Dallario.

O coordenador disse ainda que “acorbertar” esse período ruim da história sinalizava para a sociedade a concordância da Forças Armadas com o que aconteceu na época da ditadura militar. Confira a entrevista completa de Pedro Dallari no áudio acima.

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