Investigação do setor elétrico no Rio terá desdobramento

  • Por Estadão Conteúdo
  • 16/06/2016 09h02
Agencia Brasil Angra 3

A ação penal da Operação Lava Jato que investiga o setor elétrico, em andamento na 7.ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, está na reta final. A estimativa é de que a sentença, em primeira instância, seja dada até julho. 

Com a possibilidade de abertura de novos inqueritos, o caso terá desdobramentos. Em uma das frentes, serão investigados novos crimes de cartel e fraude em licitação na construção da usina nuclear Angra 3, que foi alvo da 16.ª fase da Lava Jato, chamada de Radioatividade.

Um dos indicativos de que haverá repercussões foi a recente criação de uma força-tarefa do Ministério Público Federal carioca, que irá aprofundar as diligências de crimes de corrupção na Eletronuclear. 

Ex-governador

O grupo especial também atuará em outros desdobramentos da Lava Jato que sejam remetidos ao Rio pelo Supremo Tribunal Federal. Entre eles, o suposto esquema de propina na reforma do estádio do Maracanã, detalhado em delações de executivos da empreiteira Andrade Gutierrez. O ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), é citado por supostamente ter recebido pagamento do consórcio responsável pela reforma, que era formado por Andrade Gutierrez e Odebrecht. O político nega as acusações.

Membros da diretoria da Eletronuclear citados em depoimentos de executivos da Andrade Gutierrez devem ser investigados nessa nova etapa devido ao suposto recebimento de propinas no esquema das obras da usina em Angra dos Reis. Foi apontado o superintendente de Construção da Eletronuclear, José Costa Mattos, logo após ser afastado do cargo ao aparecer nas acusações. Houve menções também ao superintendente de Gerenciamento de Empreendimentos, Luiz Messias, e ao diretor técnico Luiz Soares.

Outro ponto da investigação que ainda deve ser aprofundado é o suposto cartel e fraude na licitação das obras de montagem eletromecânica na geradora nuclear, a segunda fase de sua construção. Nos depoimentos, executivos da Camargo Corrêa narraram uma espécie de acerto entre as empresas que formavam os dois consórcios vencedores da licitação.

A obra de montagem havia sido dividida em dois lotes e a combinação foi pela sua fusão com um rearranjo da participação das empreiteiras. O esquema foi confirmado, posteriormente, em delação da UTC Engenharia e da Andrade Gutierrez.

O caso envolve, além das já referidas, as companhias Queiroz Galvão, Camargo Correa, Empresa Brasileira de Engenharia (EBE), Techint Engenharia e Construções e a UTC Engenharia, todas integrantes do consórcio que tocava as obras de montagem de forma conjunta.

O ex-presidente da Eletronuclear, almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, é acusado de ter recebido propina da Andrade Gutierrez e da Engevix sobre contratos do empreendimento.

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