Investimento da Telefonia em Grupo Espírito Santo cria tensão com Oi

  • Por Agencia EFE
  • 03/07/2014 16h35
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Lisboa, 3 jul (EFE).- A decisão da Portugal Telecom (PT) de investir 900 milhões de euros em títulos do Grupo Espírito Santo tensionou a relação entre a operadora e a brasileira Oi, no momento em que a fusão entre as duas companhias é preparada.

As divergências entre PT e Oi se tornaram públicas nesta quinta-feira através de vários comunicados enviados por ambas as entidades a seus respectivos reguladores das bolsas de valores por estarem cotadas no mercado, onde sofreram numerosas perdas.

Este cruzamento de declarações confirmou de fato que a saída dos dois representantes da operadora brasileira do conselho de administração da PT, anunciada em 1º de julho, não foi casual e estava relacionada com as dúvidas geradas pelo investimento no Grupo Espírito Santo.

O grupo português de telecomunicações comprou 900 milhões de euros em letras de câmbio do conglomerado empresarial, imerso em uma guerra interna entre os diferentes grupos familiares que controlam a companhia e em cujo seio foram detectadas irregularidades contábeis.

A aquisição destes títulos também é polêmica, devido à presença do Banco Espírito Santo (BES), que faz parte do grupo do mesmo nome, no conjunto de acionistas de PT.

A imprensa portuguesa relacionou esta decisão da operadora de investir no Grupo Espírito Santo com as dificuldades atravessadas por ele para se financiar, devido à pressão em torno da entidade, que divide seu negócio entre as áreas financeira e não financeira (com interesses em turismo, setor imobiliário e agro-alimentício, entre outros).

“A Oi não foi informada, nem participou das decisões que levaram a esta operação”, afirmaram os responsáveis da companhia brasileira ao mercado, que ainda disseram que foi realizada antes da fusão com a PT.

A companhia informou que pediu “esclarecimentos adicionais” a sua sócia portuguesa e que tomarão “as medidas necessárias em defesa” de seus interesses.

Os diretores de PT, por sua vez, sublinharam que “sempre foi dada a Oi toda a informação solicitada” e reforçaram que estão “empenhados em resolver esta questão”.

A Portugal Telecom informou que já começou a tomar todas as medidas necessárias “para garantir à Oi a máxima proteção” em relação ao investimento realizado no Grupo Espírito Santo, especificamente na Rio Forte, braço que engloba todo seu negócio não financeiro. EFE

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