IPCA-15 sobe 0,16% e tem menor variação para junho desde 2006

  • Por Estadão Conteúdo
  • 23/06/2017 10h26
Marcello Casal Jr/Agência Brasil Economia

A alta de 0,16% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de junho foi a menor variação para o mês desde junho de 2006, informou nesta sexta-feira, 23, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em junho daquele ano, o IPCA-15 ficou negativo em 0,15%. Em maio de 2017, o indicador avançou 0,24% em maio. 

O resultado de junho de 2017 ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam que o indicador registrasse de uma queda de 0,10% a uma alta de 0,22%, com mediana positiva de 0,11%.

Com o número de junho, o IPCA-15 acumula aumento de 1,62% no ano. A taxa acumulada em 12 meses até junho foi de 3,52%. 

A variação em 12 meses é a menor desde junho de 2007, quando a alta nessa ótica foi de 3,44%. Em maio, a variação acumulada em 12 meses estava em 3,77%. 

Já a alta verificada nos seis primeiros meses de 2017 no IPCA-15 é a menor para um primeiro semestre na história do real, moeda implantada no ano de 1994. 

Regiões

Duas das 11 regiões metropolitanas pesquisadas no IPCA-15 registraram deflação em junho. Os preços ficaram mais baratos em Fortaleza (-0,13%) e Belo Horizonte (-0,21%). Em maio, o IPCA-15 também tinha registrado deflação em duas regiões metropolitanas: Goiânia (-0,22%) e Belém (-0,04%). 

No IPCA-15 de junho, Belo Horizonte ficou na contramão do resto do País e teve queda de 2,33% na energia elétrica. “A alimentação no domicílio (-1,36%) ficou distante da média nacional (-0,83%), sobressaindo as frutas, que apresentaram queda de 12,66%”, diz a nota divulgada pelo IBGE.

No lado das altas, Recife foi a região metropolitana com o resultado mais elevado (0,46%) no IPCA-15 de junho. “Entre outros fatores, as contas de energia elétrica aumentaram 12,71%, bem acima da média nacional de 2,24%, tendo em vista o reajuste de 8,87% nas tarifas, vigente desde 29 de abril”, diz a nota do IBGE. 

Grupos e impactos

A desaceleração do IPCA-15 na passagem de maio para junho, de 0,24% para 0,16%, foi puxada pelo grupo Alimentação e Bebidas, que registrou deflação de 0,47% neste mês, informou o IBGE.

Com isso, Alimentação e Bebidas teve impacto negativo de 0,12 ponto porcentual (p.p.) no IPCA-15 de junho, o maior entre os grupos de despesas acompanhados pelo IBGE. 

“A queda nos alimentos foi ainda mais intensa quando considerados os produtos comprados para consumo em casa, que chegaram a ficar 0,83% mais baratos” em junho, diz a nota divulgada pelo órgão.

O segundo maior impacto negativo, com 0,02 p.p. no IPCA-15 de junho veio do grupo Transportes, com deflação de 0,10%. Os preços dos combustíveis, com queda de 0,66% na passagem de maio para junho, foram o destaque. Segundo o IBGE, o etanol ficou 2,05% mais barato, enquanto o preço da gasolina recuou em média 0,37%. 

“Caíram, também, as tarifas dos ônibus interestaduais (-0,95%), enquanto as passagens aéreas aumentaram 6,83%”, diz a nota do IBGE.

Habitação

A conta de luz continuou acelerando a inflação no IPCA-15 de junho. Com isso, o grupo Habitação avançou 0,93% e teve o maior impacto de alta no índice, com 0,14 ponto porcentual (p.p.).

O item energia elétrica avançou 2,24%, com contribuição de 0,08 p.p., a mais elevada do IPCA-15 de junho. “Apesar da substituição, a partir de 1º de junho, da bandeira vermelha pela verde, o que significa redução de R$3,00 a cada 100 kwh consumidos, o retorno aos valores sem os descontos que ainda haviam incidido, em parte, no índice de maio, aliado a outros movimentos em parcelas específicas, levaram à alta nas contas”, diz a nota do IBGE. 

Os descontos, no caso, foram dados em abril, na forma de devolução de cobranças indevidas relacionadas à usina nuclear de Angra 3, ainda em construção no litoral sul do Rio. A conta de luz já havia sido o principal impacto de alta no IPCA fechado de maio.

Segundo o IBGE, o grupo Habitação foi pressionado ainda pela taxa de água e esgoto (1,57%), condomínio (1,14%) e artigos de limpeza (0,84%). “Na taxa de água e esgoto (1,57%), as pressões foram exercidas por Brasília (1,39%), com reajuste de 3,10% em primeiro de junho; pela região metropolitana de Salvador (5,00%), onde o reajuste foi de 8,80% em 06 de junho; e na região metropolitana de Curitiba (10,80%), cujo reajuste de 8,53% está vigente desde o dia 18 de maio”, diz a nota do IBGE, completando que Salvador e Curitiba tiveram também revisão na metodologia de cobrança nas contas.

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