IPCA sobe 1,24% em janeiro, maior alta em 12 anos, e vai a 7,14% em 12 meses

  • Por Reuters
  • 06/02/2015 10h57
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Reprodução Google Inflação cai

Afetada pelas tarifas de energia elétrica e transportes, além de alimentos, a inflação oficial brasileira saltou mais de 1% em janeiro, no maior avanço em 12 anos, colocando pressão sobre o Banco Central na luta para conter a alta dos preços.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,24% no mês passado, contra alta de 0,78% em dezembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

Trata-se do maior avanço desde fevereiro de 2003 (+1,57%), no início do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Com isso, em 12 meses, o IPCA acumulou alta de 7,14 por cento até janeiro, o maior desde setembro de 2011 (7,31 por cento) e superando em muito o teto da meta do governo –de 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos. Em 2014, o índice subiu 6,41%.

Os números vieram exatamente em linha ao previsto por analistas em pesquisa Reuters.

Legenda: Linha Azul:  Evolução da taxa básica de juros Selic (última: 12,3%)

Linha Amarela: Evolução do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) nos 12 meses anteriores (última: 7,1%)

Linha Pontilhada: Meta do Banco Central

De acordo com o IBGE, os maiores pesos sobre a inflação oficial em janeiro vieram dos aumentos nos gastos com Alimentação e Bebidas (1,48%), Habitação (2,42%) e Transportes (1,83%) que, juntos, foram responsáveis por 85 por cento do índice do mês (ou 1,06 %).

Dentre o grupo Alimentação, destaque para as altas nos preços da batata-inglesa (38,09 %), feijão-carioca (17,95 por cento) e o tomate (12,35 por cento).

Já os preços administrados, segundo o IBGE, subiram 2,50% em janeiro, com altas superiores a 8% em transporte (como trem e ônibus urbano) e energia elétrica urbano.

As tarifas de energia subiram muito após o governo iniciar o uso da bandeira tarifária, que repassa ao consumidor os custos maiores de geração diante da falta de chuvas.

O próprio BC elevou sua estimativa da alta dos preços administrados em 2015 para 9,3% através da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e considerou que os avanços no combate à inflação não foram suficientes.

O BC iniciou processo de aperto monetário em outubro passado e já elevou a Selic a 12,25% ao ano. O mercado acredita que a taxa básica de juros voltará a subir na próxima reunião do Copom, mesmo com a atividade econômica fraca.

Pesquisa Focus do Banco Central aponta que os agentes econômicos preveem que o IPCA vai encerrar este ano em 7%.

(Reportagem de Walter Brandimarte e Pedro Fonseca)

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