Irã liberta cargueiro retido depois de empresa garantir pagamento de dívida
Teerã, 7 mai (EFE).- O Irã libertou nesta quinta-feira o cargueiro com bandeira das Ilhas Marshall retido desde 28 de abril após sua proprietária, a empresa dinamarquesa Maersk, garantir o pagamento da dívida que mantinha com uma empresa privada iraniana que solicitou o embargo da embarcação.
A Organização Marítima e Portuária iraniana informou que o Maersk Tigre foi autorizado a deixar as águas territoriais iranianas depois que os armadores do navio aceitaram pagar os US$ 10 milhões exigidos pela Justiça iraniana para indenizar os empresários de seu país que abriram um litígio contra eles.
Em comunicado, a organização ressaltou que a captura da embarcação das Ilhas Marshall, um Estado soberano, mas que mantém um acordo de livre associação com os EUA, não teve nenhum motivo político ou de segurança, mas só foi consequência de uma resolução judicial.
Além disso, insistiu que as águas territoriais iranianas continuam sendo de livre trânsito para qualquer embarcação.
A empresa petrolífera iraniana Pars Talayeyhe, que mantém um litígio com a Maersk desde 2003, reivindicava uma indenização pelo descumprimento de um contrato.
A companhia iraniana processou a Maersk perante um tribunal local, que lhe deu a razão e condenou a empresa a pagar US$ 10 milhões como indenização.
Deste modo, a Justiça ordenou à Organização Marítima e Portuária do Irã que embargasse o navio em sua passagem por águas iranianas e estes, por sua vez, pediram à Marinha da Guarda Revolucionária, responsável pela segurança marítima do país no Golfo Pérsico, que executasse a decisão judicial.
Segundo anunciaram fontes da empresa, se a Maersk não aceitasse pagar a indenização, o navio e sua carga seriam leiloados para cobrir essas despesas.
A captura do cargueiro levou a Marinha dos Estados Unidos a enviar um navio de guerra e um avião para controlar a situação.
Pouco depois, o Pentágono anunciou que de agora em adiante a Marinha dos EUA escoltaria os navios americanos na passagem pelo estratégico estreito de Ormuz para garantir que o Irã não bloqueie o tráfego marítimo na zona.
Os 34 tripulantes do navio, em sua maioria asiáticos e europeus do leste, não foram detidos em nenhum momento pelas autoridades iranianas.
O Irã e EUA negociam neste momento um acordo que ponha fim à crise surgida pelo programa nuclear do país asiático.
No entanto, ambos países ainda se mostram hostis em muitos outros assuntos. EFE
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