Irã nega ter enviado aviões ao Iraque, mas não descarta apoio futuro
Teerã, 6 jul (EFE).- O Ministério das Relações Exteriores do Irã negou neste domingo que tenha enviado aviões de combate Sukhoi ao Irã, mas afirmou que poderia no futuro fazê-lo se o governo de Bagdá pedir.
“Os iraquianos não fizeram ainda nenhum pedido à República Islâmica do Irã para um envio de armas. Mas se pedirem consideraremos seu pedido de forma positiva”, assinalou o vice-ministro das Relações Exteriores Hossein Amir Abdolahian em uma entrevista ao canal árabe “Alalam”.
O vice-ministro também descartou que o comandante dos Guardiães da Revolução, o general Qasem Soleimani, esteja no Iraque para apoiar a luta das forças do governo contra os islamitas.
“As informações que confirmam que o general Soleimaní está no Iraque não estão confirmadas por nós e as negamos”, sentenciou.
No entanto, Abdolahian admitiu que Teerã está facilitando os oficiais iraquianos “assessoria na luta contra o terrorismo”, algo que segundo ele está sendo feito “através de canais diplomáticos”.
A negação da existência de tropas iranianas no Iraque contrasta com a divulgação na quinta-feira pela agência estatal “Irna” da notícia da morte de um piloto iraniano no norte desse país.
O soldado morreu perto da cidade de Samarra, no norte de Bagdá, onde lutava “para defender um santuário xiita”, e foi enterrado na quinta-feira na cidade de Shiraz, no sul do Irã.
A “Irna” não informou se havia tropas iranianas, nem as circunstâncias da morte. É a primeira vítima militar iraniana confirmada no Iraque.
Ontem, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Marzie Afjam, reiterou o apoio da República Islâmica à unidade e a integridade territorial do Iraque, submerso em violência e na paralisia política pelo risco de divisão em três zonas étnicas: sunita, xiita e curda.
O conflito iraquiano adquiriu uma nova dimensão há algumas semanas com a tomada pelo grupo jihadista sunita Estado Islâmico do controle de amplas áreas no norte do país, entre elas as cidades de Mossul e Tikrit, e com a proclamação no domingo de um califado que abrangeria desde a província síria de Aleppo ao estado iraquiano de Diyala. EFE
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