Iraniana Maryam Mirzakhani é primeira mulher a ganhar “Nobel” de matemática
Seul, 13 ago (EFE).- A iraniana Maryam Mirzakhani recebeu nesta quarta-feira a medalha Fields, considerada o prêmio Nobel da Matemática, na abertura do Congresso Internacional de Matemática (CIM) hoje em Seul, o que a transforma na primeira mulher a receber o prêmio.
Nesta edição, Mirzakhani, de 37 anos, professora na universidade americana de Stanford, foi uma dos quatro premiadas com este reconhecimento e a primeira mulher a recebê-lo desde que foi criado em 1936.
A medalha Fields premia a cada quatro anos, durante a realização do CIM, por suas descobertas a até quatro matemáticos com menos de 40 anos.
Mirzakhani, que também é a primeira iraniana a ganhar a medalha, foi premiada por seus “impressionantes avanços na teoria das superfícies de Riemann e espaços modulares”.
Os outros três agraciados foram o brasileiro Artur Ávila, primeiro latino-americano a conquistar o prêmio, Manjul Bhargava, professor na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, Martin Hairer, da britânica Universidade de Warwick.
Ávila, pesquisador de 35 anos do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), foi escolhido pelo trabalho na área de sistemas dinâmicos, que procura prever a evolução no tempo dos fenômenos naturais e humanos observados nos diferentes ramos do conhecimento.
O reconhecimento de Ávila, anunciado ontem, é o maior prêmio conquistado por um cientista brasileiro. Ele foi cumprimentado pessoalmente pela presidente Dilma Rousseff, no Twitter.
“O reconhecimento mundial do trabalho de Ávila enche de orgulho a ciência brasileira e todo o Brasil”, disse a chefe de Estado.
O matemático brasileiro é o primeiro ganhador da medalha Fields que obteve seu doutorado fora dos Estados Unidos ou da Europa.
Os ganhadores recebem uma medalha avaliada em US$ 5 mil e um prêmio de US$ 13.730.
O ICM acontecerá na capital da Coreia do Sul até 21 de agosto e terá cinco mil participantes de 120 países.
O evento, realizado desde 1900, é um fórum que debate as conquistas matemáticas e encontrar maneiras de estimular a pesquisa acadêmica.
A Coreia do Sul é o terceiro país asiático a receber a reunião, após Japão (1990), China (2002) e Índia (2010). EFE
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