Iraque: Deputados sunitas protestam após massacre de equipe de deputado

  • Por Agencia EFE
  • 14/02/2015 14h11

Bagdá, 14 fev (EFE).- Os deputados sunitas anunciaram neste sábado que se ausentarão da próxima sessão do parlamento até que cheguem a uma posição comum sobre o assassinato, ontem à noite, de vários familiares e guarda-costas do parlamentar Zaid al-Janabi, de seu mesmo bloco.

O chefe da União de Forças Iraquianas (sunita), Ahmed al Masari, disse em comunicado lido em entrevista coletiva que os deputados dessa confissão não participarão da reunião parlamentar, prevista para a próxima segunda-feira.

Antes, assinalou, deverão decidir em grupo que ações tomar, e não descartam a possibilidade de se retirarem da câmara se suas exigências não forem cumpridas.

Ontem à noite um grupo armado assassinou um filho e um tio de Zaid al Yabani, este último o xeque tribal Qasem Suidam, e oito guarda-costas que acompanhavam o deputado no sul de Bagdá.

Quando a polícia chegou encontrou os dez corpos. Somente Yabani foi deixado vivo.

Masari acusou milícias xiitas de cometerem o crime e pediu ao primeiro-ministro iraquiano, o xiita Haidar al Abadi, que retire esses grupos das ruas e embargue suas armas.

“Se o primeiro-ministro não for capaz de isso, peço aos Estados Unidos que realizem esse pedido, cumprindo os acordos assinados entre os dois países nos quais os EUA se comprometeram a proteger o povo iraquian”, afirmou o líder da União de Forças Iraquianas, que engloba muitos dos grupos sunitas com representação parlamentar.

Masari advertiu que os autores do massacre não devem ser acobertados porque isso envia “a mensagem de que o governo tem conhecimento do que está ocorrendo e aceita, o que poderia criar uma guerra sectária e colapsar o processo político”.

A presidência do parlamento iraquiano tinha decidido chamar o ministro do Interior, Mohammed Salem, e o de Defesa, Khaled al Obeidi, para que dessem explicações na próxima sessão da câmara.

A promotoria e a Comissão de Segurança do parlamento formaram um comitê para investigar o assassinato e, em comunicado, afirmaram que esse ataque “afeta o prestígio das instituições”.

Desde que o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) ocupou importantes áreas do Iraque, em junho do ano passado, as forças de segurança iraquianas lutam contra os radicais com a ajuda de uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

Também contam com o apoio de milicianos sunitas e xiitas, embora grupos de direitos humanos tenham advertido que estes últimos estão se excedendo em alguns momentos no uso da força e tenham cometido ataques sectários com impunidade, piorando ainda mais a crise política e de segurança no país. EFE

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