Iraque elege curdo Fouad Massoum como presidente e ONU pede unidade
Amre Hamid.
Bagdá, 24 jul (EFE).- O proeminente dirigente curdo Fouad Massoum se tornou nesta quinta-feira o novo presidente do Iraque, em um importante passo para sair da crise política e formar um governo, que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que seja de “união nacional”.
Massoum, deputado e alto cargo da União Patriótica do Curdistão (UPK), foi eleito em segundo turno por 211 deputados dos 269 presentes na sessão parlamentar.
Ao jurar o cargo, Massoum assegurou ser consciente “dos grandes desafios que o Iraque tem pela frente em questão de segurança e política”, devido à ofensiva insurgente sunita.
Nascido em 1938 na região autônoma do Curdistão, Massoum é um político liberal e deputado desde que ganhou sua primeira cadeira nas legislativas de 2005 pela província de Bagdá na lista da Aliança Nacional do Curdistão.
Da mesma forma que o presidente iraquiano saliente, Jalal Talabani, Massoum procede da cidade de Kuya e ambos pertencem a famílias conhecidas das quais saíram importantes figuras religiosas.
O novo presidente foi proposto hoje como candidato da Aliança Curda, frente a seu oponente Burhum Saleh. A falta de acordo ontem entre os curdos fez com que o Parlamento adiasse para hoje a eleição.
Dois dos candidatos à presidência – Hanan al Fatlawi e Faeq al Sheikh – se retiraram após a primeira votação, enquanto o legislador Hussein al Musawi só obteve 17 votos no segundo turno.
Foram necessários dois turnos porque no primeiro Massoum recebeu 175 votos, um número inferior aos dois terços requeridos dos 328 deputados que compõem o Parlamento.
O presidente da câmara, Selim al Jabouri, eleito há duas semanas, solicitou ao partido mais votado nas legislativas de abril, a coalizão Estado de Direito, que proponha um primeiro-ministro e comece a formação de governo.
Esse passo provavelmente não virá sem obstáculos uma vez que essa aliança ganhou, mas sem maioria nas citadas eleições parlamentares e porque seu líder, o primeiro-ministro em fim de mandato, Nouri al-Maliki, pretende permanecer no posto apesar das várias vozes que pedem sua saída do poder.
Segundo o consenso político no Iraque, o chefe de Estado deve pertencer ao bloco curdo; o primeiro-ministro à comunidade xiita; e o presidente do Parlamento à sunita.
Perante as divisões políticas, Ban Ki-moon pediu em Bagdá a formação de um “governo de união nacional” que “represente todos os iraquianos independentemente de sua religião ou etnia”.
Em entrevista coletiva junto a Maliki, Ban – que também se reuniu com Massoum – ressaltou que é necessário que os líderes iraquianos trabalhem “lado a lado” porque a solução ao conflito é “política e não militar”. EFE
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