Irmandade Muçulmana diz que eleições no Egito mostram o “fracasso do regime”
Cairo, 27 mai (EFE).- A Irmandade Muçulmana do Egito considerou nesta terça-feira que a ampliação das eleições presidenciais até amanhã mostra o “fracasso do regime” e é um sinal de “confusão”.
Em declarações à Agência Efe, um porta-voz da confraria apontou que “o novo-velho regime fracassou em conseguiu longas filas nos colégios para dizer ao mundo que não houve um golpe de Estado”, em alusão à derrocada nas maõs do Exército do presidente islamita Mohammed Mursi em 3 de julho.
As autoridades e os candidatos tinham chamado a uma participação em massa no pleito de ontem e hoje como forma de legitimar o plano traçado pelos militares, que estipulava uma nova Constituição e eleições presidenciais e legislativas.
Após a pouca afluência de eleitores na última das duas jornadas previstas inicialmente, a Comissão Eleitoral decidiu hoje ampliar o prazo até quarta-feira, pelo terceiro dia consecutivo.
“Essa extensão é um sinal de fracasso e confusão”, afirmou o porta-voz da Irmandade, declarada organização terrorista pelas atuais autoridades, e acrescentou que nesta reunião com as urnas houve menos eleitores do que nas eleições que Mursi ganhou em 2012.
A Aliança para a defesa da Legitimidade, liderada pela Irmandade Muçulmana, pediu em comunicado que os egípcios, e concretamente os jovens, não fossem em massa às urnas durante os dois primeiros dias do processo eleitoral “em rejeição a essa obra teatral e sangrenta”.
Em comunicado, a aliança assegurou que essa baixa participação representa “um castigo popular e um boicote ao governo golpista militar e a todas suas práticas de injustiça e corrupção”.
A aliança, que tinha boicotado o pleito, afirmou que não só foram islamitas que se abstiveram de participar do processo, mas a população em geral.
“O povo egípcio se deu conta de que este importante passo é um passo para trás em sua revolução e um apoio ao golpe de Estado”, destacou. EFE
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