Islamitas do Al-Nahda não apoiarão novo governo da Tunísia

  • Por Agencia EFE
  • 25/01/2015 17h50
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Túnis, 25 jan (EFE).- O partido islamita moderado Al-Nahda, principal grupo na oposição na Tunísia, anunciou neste domingo que não dará seu apoio ao governo tecnocrata formado na última sexta-feira pelo primeiro-ministro designado, Habib Essid.

O Conselho da Shura (órgão diretor) considera que o gabinete não se ajusta ao princípio de inclusão e união nacional com o qual começaram há três semanas as negociações para formá-lo, explicou à Agência Efe um dos porta-vozes.

“Na hora de instalar uma democracia, a política da exclusão não permitirá que deem os frutos (buscados) após a revolução”, afirmou o porta-voz ao término da reunião que o Conselho realizou hoje.

Essid, um político vindo do regime do derrubado Zine El Abidine Ben Ali, apresentou na sexta-feira a composição do gabinete que deve fechar a transição no país, no qual destacava a ausência de Al-Nahda, que na quinta-feira ainda aspirava conseguir vários ministérios.

Quase de surpresa, ele revelou uma lista de 21 nomes dominada de tecnocratas independentes, especialmente nos denominados ministérios de soberania (Defesa, Interior e Justiça), e que incluía, além disso, nomes históricos da política tunisiana e figuras da sociedade civil.

O partido “Nidá Tunis”, ganhador das últimas eleições, conserva apenas um dos quatro “grandes ministérios” – o de Relações Exteriores, nas mãos de seu secretário-geral, Taieb Baccouche -, que alguns analistas locais interpretam como “uma vitória de Al-Nahda”, que tinha insistido nesta condição para apoiar o Executivo desde o início das árduas negociações.

O gabinete de Essid deve agora enfrentar a aprovação da Assembleia de Representantes do Povo, trâmite que provavelmente vai acontecer na terça-feira, informaram hoje à Agência Efe fontes políticas. Caso não seja ratificado pela Câmara, o primeiro-ministro designado teria 30 dias para apresentar uma segunda e definitiva proposta. EFE

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