Islamitas egípcios convocam manifestações em protesto contra penas de morte
Cairo, 29 abr (EFE).- A coalizão islamita, liderada pela Irmandade Muçulmana, convocou nesta terça-feira manifestações para na próxima quarta-feira em protesto pelas penas a morte ditadas ontem contra centenas de simpatizantes e membros da confraria, entre eles teu líder Mohammed Badia.
Em comunicado, a Aliança para a Defesa da Legitimidade, pediu a seus seguidores “uma mobilização revolucionária com ira em rejeição às injustas penas”.
A coalizão islamita reage assim às penas a morte emitidas por um tribunal da província de Minia contra 720 islamitas, das que 37 são sentenças firmes e o resto provisórias, entre elas a de Badía.
O objetivo é que na quarta-feira seja “um dia revolucionário e impressionante em apoio aos presos e presas”, segundo a nota, que advertiu que “a revolução anulará todas as decisões e penas de loucura que oprimem o povo egípcio”.
A coalizão ressaltou também que “o golpe militar e seus órgãos de segurança repressivos insistem em perpetrar crimes de genocídio coletivo, já seja pelas balas de suas milícias, ou por penas a morte sem validade”.
“As medidas do governo golpista e ilegítimo são uma tentativa fracassada para que quem planejou o golpe (que derrubou ao presidente islamita Mohammed Mursi) assuma uma presidência de sangue”, afirmou o comunicado.
A aliança alude ao ex-ministro de Defesa e atual candidato às eleições presidenciais, Abdelfatah al Sisi, que teve papel protagonista na destituição de Mursi em 3 de julho de 2013.
Desde essa data, as autoridades perseguiram os membros da Irmandade Muçulmana, declarados “grupo terrorista” em dezembro.
O Tribunal de Minia condenou ontem fixado definitivamente a pena de morte a 37 pessoas e a 491 a prisão perpétua por atacar delegacias e edifícios governamentais e assassinar a um coronel.
Além disso, remeteu ao mufti do Egito, máxima autoridade religiosa do país, Shauqui Alam, os expedientes de outros 683 que enfrentam acusações similares em um caso separado.
O mufti deverá pronunciar uma sentença não vinculativa sobre essas 683 penas de morte antes que o tribunal emita uma decisão definitiva.
Essas penas foram duramente criticadas pelos organismos internacionais e pelos defensores de direitos humanos, devido ao elevado número de condenações à pena capital e pela falta de garantias legais durante o julgamento. EFE
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