Israel acusa Hamas de crimes de guerra em relatório sobre conflito em Gaza

  • Por Agencia EFE
  • 14/06/2015 12h24

Jerusalém, 14 jun (EFE).- Israel publicou neste domingo um relatório especial com suas conclusões sobre a última ofensiva em Gaza, em que acusou o movimento islamita Hamas de “crimes de guerra”, com o qual quer resistir ao impacto da divulgação do relatório do Conselho de Direitos Humanos da ONU semana que vem.

“Hamas cometeu crimes de guerra”, afirma categoricamente o documento israelense, redigido por uma comissão especial formada por membros do Escritório do Primeiro-ministro israelense e dos ministérios de Relações Exteriores e Justiça.

“Os manuais de combate e treinamento do Hamas que caíram pelo poder do exército israelense em Gaza demonstram que sua estratégia foi transferir deliberadamente as hostilidades para áreas urbanas”, assinalou o documento, que deposita nesse movimento toda a responsabilidade pelo conflito, que aconteceu entre julho e agosto de 2014 e no qual morreram 2.100 palestinos e 73 israelenses.

Com essa estratégia, o grupo islamita buscaria conseguir “uma vantagem tática” no campo de batalha e, além disso, “uma conquista político”.

Mais da metade dos mortos nos 50 dias de hostilidades foram civis palestinos, segundo dados de organismos internacionais e os bombardeios israelenses causaram uma grande destruição na faixa mediterrânea e o deslocamento de centenas de milhares de civis.

Com esta estratégia, Israel considera que o Hamas “desafiou” o direito internacional e pôs em perigo à população ao “misturar operações militares com o entorno civil”.

Entre os exemplos que citou estão o uso de mesquitas por franco-atiradores, escolas transformadas em armazéns de armas e o lançamento de foguetes desde posições anexas a população civil, que “em muitos casos impediu de abandonar” a área de combate apesar das advertências israelenses para que o fizessem, sempre segundo este documento.

“Apesar do compromisso do exército com o direito (de guerra) e os esforços de proteger os civis, um resultado infeliz da complexa realidade descrita foi que vários civis ficaram no meio das hostilidades”, ressaltou, ao “lamentar profundamente” o prejuízo aos civis palestinos.

Segundo Israel, a operação Limite Protetor foi uma resposta ao crescente lançamento de foguetes e morteiros contra o território israelense desde a Faixa de Gaza entre junho e princípio de julho de 2014, e após seus “contínuos esforços de desescalar a situação”.

Nos 50 dias de guerra as milícias palestinas dispararam mais de cinco mil foguetes e bombas, que ameaçaram mais de um milhão de pessoas em um raio de mais de cem quilômetros ao redor da faixa.

No entanto, a imensa maioria dos 73 israelenses mortos eram militares que caíram em combate na fase terrestre da operação, destinada à demolição de cerca de 30 túneis construídos pelas milícias palestinas.

A publicação do relatório israelense está ligada à esperada divulgação, nos próximos dias, das conclusões de uma comissão nomeada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, nas quais se espera uma dura crítica ao comportamento do exército de Israel durante essa ofensiva.EFE

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