Israel demole aldeia beduína no deserto de Neguev pela 70ª vez

Jerusalém, 12 jun (EFE).- A polícia de Israel atacou nesta quinta-feira pela 70ª vez a aldeia beduína de al-Araqib, localizada no deserto de Neguev, informou a imprensa local.

Centenas de policiais e membros das forças especiais chegaram no povoado durante a madrugada e fecharam todos os acessos à aldeia, de acordo com a agência palestina “Maan”.

Um grande número de moradores passou a noite no cemitério da aldeia para impedir que escavadeiras destruíssem a aldeia.

Uma porta-voz da polícia confirmou que o cemitério não foi destruído, mas que outras estruturas “ilegais” foram demolidas.

O deputado beduíno Taleb Abu Arara, ao lado do ex-deputado Tyaleb a-Sana e dezenas de ativistas, foram até o povoado para protestar contra as demolições.

Israel considera esta e outras aldeias beduínas localizada no deserto de Neguev ilegais, enquanto seus moradores afirmam que trata-se de terras ancestrais que pertencem a eles.

Cerca 260 mil beduínos vivem em Israel, mais da metade em aldeias e povoados não reconhecidos pelas autoridades, onde não contam com serviços básicos e em muitos casos em situação de extrema pobreza.

Al-Araqib é um dos 45 povoados beduínos de Neguev cuja existência não é reconhecido pelas autoridades e, portanto, não aparecem nos mapas oficiais, embora datem de antes do nascimento do Estado judeu, em 1948.

As autoridades israelenses tentaram em vão agrupar parte da população beduína em aldeias reconhecidas. Os beduínos, no entanto, rejeitam deixar trás o que consideram suas terras e seu estilo ancestral de vida. EFE