Israel faz preparativos para funeral de vítimas de ataque a mercado francês

Jerusalém, 12 jan (EFE).- As autoridades de Israel fazem os últimos preparativos para o funeral das quatro vítimas do ataque a um mercado judeu em Paris, que será realizado nesta terça-feira em Jerusalém.

A cerimônia ocorrerá no cemitério de Guivat Shaul, o maior da cidade, com a presença do presidente do Estado de Israel, Reuven Rivlin, do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e do chefe da oposição, Isaac Herzog,

Os corpos das vítimas chegarão no começo da manhã de terça a Israel a bordo de um avião da companhia nacional El Al, que pousará no aeroporto de Ben Gurion, próximo a Tel Aviv.

Eles serão acompanhados desde o local pelos familiares até o cemitério em Jerusalém, onde será realizada a cerimônia, prevista para ter início às 12h locais (8h em Brasília).

Voluntários da organização judaica Zaka, dedicada a dar resposta rápida a atentados terroristas, identificar restos mortais e enterrar vítimas, estão finalizando os preparativos em Paris para que os caixões sejam transferidos e sepultados de acordo com as tradições religiosas.

As vítimas do atentado ao mercado foram identificadas como Yoram Cohen, Philippe Barham, Yoav Hatab e Fraçois-Michel Saada.

A decisão de realizar o funeral dos quatro no país, apesar de nenhum ter nacionalidade israelense, foi do ministro de Relações Exteriores, Avigdor Lieberman. As famílias foram comunicadas através dos organismos oficiais da comunidade judaica francesa.

O funeral será realizado sob medidas extremas de segurança por causa da participação de membros do governo israelense.

No primeiro momento, foi cogitada a possibilidade de a cerimônia ocorrer no cemitério Monte das Oliveiras, o mais emblemático de Jerusalém. Contudo, uma comissão resolveu que o enterro seria em Guivat Shaul.

O Guivat Shaul também foi palco em março de 2012 dos funerais dos quatro mortos em um tiroteio de uma escola judia da cidade francesa de Toulouse, em outro atentado jihadista.

Acompanhado por membros da comunidade judaica parisiense, Netanyahu visitou hoje o mercado Hyper Casher, na capital francesa, onde conversou com uma das reféns que sobreviveu ao ataque.

“Existe uma linha direta entre os ataques de extremistas islamitas no mundo todo e o atentado que aconteceu aqui em um mercado kosher no coração de Paris”, afirmou o primeiro-ministro.

O chefe do Executivo pediu que os dirigentes mundiais combatam o terrorismo e as ações dirigidas contra Israel e os judeus.

O ataque foi realizado pelo jihadista Amedy Coulibaly, que morreu na operação de resgate feita pelas forças especiais da polícia francesa.

As investigações – e o testemunho que o próprio Coulibaly deixou gravado em vídeo – estabelecem um vínculo entre o atentado ao mercado e o cometido contra a sede do semanário satírico “Charlie Hebdo”, no qual morreram 12 pessoas. EFE

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