Israel inicia luto nacional por soldados caídos e vítimas do terrorismo
Jerusalém, 21 abr (EFE).- Israel vive nesta terça-feira seu Dia nacional de Lembrança dos mais de 23.300 soldados e agentes da ordem mortos em serviço, assim como das 16.760 vítimas israelenses do terrorismo, em uma jornada que precede às celebrações por sua independência.
O luto nacional se iniciou às 20h locais (14h de Brasília) com o toque de uma sirene de um minuto de duração, que foi ouvida em todo o país. Em seguida, foi realizado um ato em frente ao Muro das Lamentações de Jerusalém, liderado pelo chefe de Estado, Reuven Rivlin, e o chefe do exército, Gady Aizencot.
“A geografia do dor cruza Israel em toda sua extensão, não há nenhum coletivo sem algum morto”, disse o presidente na cerimônia, na qual definiu este dia como uma “jornada de luto nacional em que todos ficamos unidos sob o mesmo teto”.
Nos últimos 12 meses, foram acrescentados 116 nomes na lista de soldados mortos em serviço, 67 deles no último conflito armado na Faixa de Gaza, entre julho e agosto de 2014, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Defesa israelense.
Israel não distingue entre soldados mortos em ações bélicas ou falecidos por doença ou em acidentes.
No total, 23.320 soldados, policiais e agentes de serviço morreram nas fileiras do exército, organismos de segurança e milícias judaicas anteriores à criação do Estado de Israel desde 1860, ano em que pela primeira vez judeus se assentaram fora da antiga cidadela amuralhada de Jerusalém e tiveram que organizar forças de defesa civil.
“A defesa de nossa existência é ainda uma necessidade e o compromisso com nossos filhos e netos deve ser mostrar a eles que fazemos o possível para evitar a próxima guerra, mas esclarecer também ao inimigo que, se nos levam ao campo de batalha, podemos com eles”, acrescentou Rivlin.
O exército israelense também contabiliza entre suas vítimas os incapacitados em conflitos passados mortos como resultado de sua incapacidade, número no último ano subiu para 35.
Estima-se que um milhão e meio de pessoas (mais de um oitavo da população do país) vá amanhã em algum dos 43 cemitérios militares do país para honrar seus mortos na jornada de luto, uma das mais solenes do calendário israelense.
Como a cada ano, o povo nas ruas se deterá novamente às 11h locais (5h de Brasília) em sinal de respeito, enquanto os motoristas pararão e descerão de seus veículos com o ressoar das sirenes.
A cerimônia principal da jornada ocorrerá no cemitério militar do Monte Herzl, em Jerusalém, com a participação das autoridades civis e militares, entre elas o primeiro- ministro, Benjamin Netanyahu.
Além disso, serão realizados vários atos para homenagear os soldados israelenses das minorias beduína e drusa, que prestam serviço militar, e outro para os mais de quatro mil civis mortos em atentados e em guerras.
A jornada de lembrança precede o Dia da Independência (“Yom Haatzmaut”, em hebraico), comemorado em em Israel no dia 5 do mês hebraico de Iyar, que em 1948 coincidiu com 14 de maio. EFE
elb/dk
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.