Israel julga de farsa decisão do Conselho de Direito Humanos de investigá-lo

  • Por Agencia EFE
  • 23/07/2014 16h02

Jerusalém, 23 jul (EFE).- Israel qualificou nesta quarta-feira de “farsa” a decisão do Conselho de Direitos Humanos da ONU de investigar os crimes e violações do direito internacional que podem ter sido cometidos na ofensiva Limite Protetor em Gaza, que já deixou 661 palestinos mortos e mais de 4.200 feridos.

“A decisão do Conselho é uma farsa que deve ser rejeitada por todas as pessoas decente”, afirma um comunicado do escritório do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

A máxima instância da ONU para os direitos humanos, com sede em Genebra, aprovou hoje uma resolução que condena Israel pela atual ofensiva militar em Gaza.

Aprovada por 29 votos a favor, 1 contra (o dos EUA) e 17 abstenções, inclui além disso a criação de um mecanismo para investigar os ataques israelenses contra população civil e a possível violação do direito de guerra e humanitário.

“Em vez de investigar o Hamas, que realiza um duplo crime de guerra por disparar foguetes contra civis israelenses enquanto se defende em civis palestinos, o Conselho pede uma investigação de Israel”, continuou a nota oficial.

Ela alega que o exército israelense “adotou medidas sem precedentes para não causar nenhum prejuízo aos civis, entre elas a de lançar panfletos (de advertência), fazer ligações telefônicas (à população), e enviar SMS”.

“O Conselho deveria lançar uma investigação contra a decisão do Hamas de transformar hospitais em centros de comando militar, usar escolas para armazenar armas e colocar baterias de mísseis junto de parques infantis, casas privadas e mesquitas”, acrescentou sobre seus ataques em centros urbanos, que causaram o deslocamento de cem mil palestinos em duas semanas e uma vasta destruição.

Tentando evitar essa condenação, o exército israelense divulgou, desde que começou a operação Limite Protetor, quase 20 vídeos em que documenta a atividade armada de milicianos em hospitais, ambulâncias e todo tipo de centro de uso civil, assim como dos túneis cavados pelo movimento islamita com bocas de acesso no interior de casas privadas.

O mais recente, divulgado hoje mostra o ataque desta manhã ao hospital Wafa, no bairro de Shayahíe, onde, segundo o exército israelense, após a explosão do foguete é possível perceber explosões secundárias que comprovariam a existência de armamento no interior.

Em outro, também divulgado hoje, são mostradas imagens aéreas de milicianos que estariam disparando em uma janela do centro médico.

“Com a ausência sistemática de uma condenação ao Hamas por usar escudos humanos e culpar depois Israel das mortes desta grotesca política, o Conselho transfere a mensagem ao Hamas e às organizações terroristas no mundo todo que o uso de civis como escudos é uma tática efetiva”, ressaltou o comunicado de Netanyahu.

“O exército continuará lutando contra o terrorismo e fazendo o máximo ao seu alcance para evitar causar dano aos civis, e vocês estão encorajando o terrorismo, porque isso é que faz essa resolução”, criticou.

O primeiro-ministro disse prever que o resultado da investigação da ONU será a “difamação” de Israel e que organizações armadas insistam em uma tática que, eventualmente, “não só custará vidas israelenses, mas também palestinas”.

Em resposta à decisão do Conselho, a ministra da Justiça, Tizpi Livni, disse à edição eletrônica do jornal “Yedioth Ahronoth” que “só tem três palavras: Venham me pegar!”.

Especialistas israelenses destacaram na televisão que, ao contrário de outras guerras, o exército israelense documentou todos seus ataques com gravações feitas por câmaras em terra, mar e ar, material que servirá para verificar cada caso. EFE

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