Israel proíbe grupos de muçulmanos que protestam no Monte do Templo

  • Por Agencia EFE
  • 09/09/2015 15h00
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Jerusalém, 9 set (EFE).- Israel proibiu os grupos de homens e mulheres muçulmanos que costumam fazer guarda junto aos acessos da Esplanada das Mesquitas de Jerusalém e repreendem os judeus que estão na região ou bloqueiam sua passagem.

O ministro israelense de Defesa, Moshe Yaalon, assinou ontem à noite a norma que declara estes grupos independentes, conhecidos como “murabitun” (guardiães) ou “murabitat” (guardiãs, em árabe), “organizações ilegais”, após receberem recomendações da polícia e do Serviço de Inteligência Interior.

Nas últimas semanas as forças de segurança israelenses estavam de olho em ativistas muçulmanos, particularmente mulheres, que participavam deste tipo de atividade.

Tratam-se de voluntários palestinos que vão à esplanada para “protegê-la” do que consideram “ataques de colonos que pretendem judaizá-la”, explicaram vários deles à Efe.

Durante as horas em que estão permitidas as visitas de turistas ao lugar, muitas delas se posicionam junto aos acessos do recinto sagrado e quando um judeu com quipá (solidéu) ou ultra-ortodoxo passa em frente a elas, gritam bem alto “Alahu Akbar” (Alá é grande), e tentam bloquear sua passagem.

Estas atuações também acontecem junto aos acessos controlados por agentes israelensesde segurança privada, que costumam revistar devotos e turistas que vão ao Muro das Lamentações, limite da Esplanada das Mesquitas.

Este é um dos pontos mais explosivos da região, que abriga as mesquitas de al-Aqsa e a Cúpula da Rocha, terceiro lugar mais sagrado para o islã (conhecido em árabe como Nobre Santuário), e o primeiro para o judaísmo, porque ali começaram os templos de Jerusalém, daí o nome Monte do Templo.

Ele fica na velha cidadela amuralhada, na parte leste da cidade, território ocupado por Israel na guerra de 1967.

O Ministério da Defesa argumentou que a medida “era necessária para defender a segurança do estado, o bem-estar social e a ordem pública”.

Yaalon assinalou que “Israel permite a liberdade de expressão e de culto a todos os seus cidadãos e turistas, mas não permitirá que elementos violentos e instigadores prejudiquem a ordem pública e ameacem a segurança dos fiéis, especialmente em um lugar santo sensível como é o Monte do Templo”.

A declaração foi aprovada pelo Procurador-geral do Estado, Yehuda Weinstein, e significa que de agora em diante quem participar destes atos ou organizar atividades desse tipo poderão ser presos.

O xeque Azam Tamimi, responsável pelo Waqf de Jerusalém – autoridade muçulmana a cargo da gestão do recinto – condenou a decisão e assinalou que “deve ser legal a qualquer muçulmano que desejar entrar nas mesquitas e em nossos lugares sagrados, assim como alçar nossa voz”. EFE

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