Israel reabre passagem fronteiriça de Erez com Gaza
Jerusalém, 3 nov (EFE).- As autoridades israelenses reabriram nesta terça-feira a passagem fronteiriça de Erez, de Israel com Gaza, utilizada por jornalistas, voluntários, diplomatas e cidadãos palestinos, após quatro dias fechada, informou o escritório do governo.
O fechamento foi denunciado na segunda-feira pela Associação da Imprensa Estrangeira (FPA), que qualificou de “inaceitável” a decisão de Israel de fechar a passagemsem aviso prévio, deixando presos em Gaza vários correspondentes estrangeiros que entraram com permissões.
A organização também denunciou o aumento nos últimos dias das agressões pela polícia e pelo Exército israelense aos correspondentes que cobrem as manifestações e enfrentamentos em Jerusalém Oriental e outras partes da Cisjordânia.
“A FPA lamenta a decisão das autoridades israelenses de fechar a passagem fronteiriça de Erez a partir de 1º de novembro indefinidamente, sem razão alguma. Inclusive antes deste fechamento, a FPA tinha recebido várias queixas das dificuldades que os jornalistas têm tido para entrar em Gaza”, ressaltou.
“Os jornalistas que trabalham em Israel e nos territórios palestinos o fazem de acordo com a lei e se opõem em voz alta a estas restrições a nossa possibilidade de nos movimentar livremente e realizar nosso trabalho. Pedimos às autoridades israelenses que suspendam estas restrições sem demora”, acrescentou.
A FPA apelou à decisão adotada em 2009 pela Corte Suprema de Israel “que garante o acesso da imprensa estrangeira à Faixa” palestina.
Israel decidiu fechar na sexta-feira passada, sem prévio aviso, o trânsito pela passagem de Erez, única entrada de transeuntes a Gaza, depois de um projétil que teria sido disparado desde a Faixa caísse em território israelense sem causar danos nem vítimas.
A FPA também exigiu hoje que a Polícia de Fronteiras israelense ponha fim à onda de ataques contra jornalistas.
“Em apenas uma semana, agentes de fronteira israelenses atacaram pelo menos quatro vezes jornalistas que realizavam seu trabalho para a imprensa internacional, os ferindo e danificando material muito caro, sem que tenha havido provocação alguma”, denunciou.
“Mais uma vez, instamos que a Polícia de Fronteiras respeite o direito dos jornalistas de exercer seu trabalho e que Israel mantenha seu compromisso com a liberdade de imprensa”, concluiu.
Desde o final da última ofensiva sobre a Faixa, que causou a morte de mais de 2.100 pessoas, a grande maioria de civis palestinos, o governo israelense negou o acesso de jornalistas a Gaza com argumentos tão frágeis como o de que o site do veículos não tem mais de 100 mil visitas. EFE
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