Itália começa a receber os 3.480 imigrantes resgatados no mar
Roma, 7 jun (EFE).- Os 3.480 imigrantes socorridos nas últimas horas no Mar Mediterrâneo graças aos navios de Itália, Alemanha e Irlanda já estão chegando à costa italianas para receber assistência sanitária e depois serem transferidos a centros de acolhida.
Concretamente, 869 imigrantes já chegaram ao porto de Palermo, na ilha sulina da Sicília, segundo confirmou à Agência Efe uma fonte da guarda costeira italiana. Destes, 579 são homens, 191 mulheres e 99 menores.
Além disso, fontes da organização Migrant Offshore Aid Station (MOAS), com sede em Malta, confirmou que a bordo de seus navios se encontram outros 372 imigrantes que serão desembarcados no porto siciliano de Augusta nas próximas horas. Destes, 184 são homens, 126 mulheres e 62 menores, procedentes em sua maioria da Eritréia.
As demais pessoas salvas no mar, ou seja, 2.239 imigrantes, serão transferidas aos portos de Trapani, na Sicília, e de Taranto, em Apúlia (ambos ao sul do país), segundo a guarda costeira italiana.
Ditas fontes explicaram que estes 3.480 imigrantes foram auxiliados enquanto viajavam em 15 embarcações que se encontravam em situação de perigo.
Tinham partido do litoral da Líbia com a intenção de chegar ao sul da Itália, mas a situação de risco na qual se encontravam foi a causa para que o Centro Nacional de Socorro da Guarda Costeira de Roma, pertencente ao Ministério de Transporte italiano, decidisse coordenar as operações de resgate.
Os imigrantes viajavam em nove barcas e seis botes e o serviço de guarda costeira informou que também recebeu pedidos de auxílio através de um telefone satélite.
A MOAS indicou em comunicado que cinco das pequenas embarcações estavam repletas de pessoas, a maior parte delas procedentes da Eritréia segundo as primeiras informações.
Em uma delas até 250 pessoas estavam amontoadas em uma pequena adega de madeira, enquanto outras tantas permaneciam na cobertura.
A organização maltesa afirmou que os imigrantes podem ter partido do oeste da Líbia durante uma trégua nos enfrentamentos entre as milícias que operam nessa área do país e os jihadistas do grupo radical Estado Islâmico (EI).
Segundo os números da MOAS, estes últimos resgates elevam neste ano a 80.000 o número de pessoas salvas das águas do Mediterrâneo ou que conseguiram alcançar as costas europeias por seus próprios meios.
A União Europeia estuda soluções para resolver o problema da chegada em massa de imigrantes às costas do continente, enquanto centenas de imigrantes são socorridos praticamente diariamente, em sua maioria nas águas do Canal da Sicília.
A esse respeito se referiu ontem o ministro da Defesa do Reino Unido, Michael Fallon, que fez um pedido à UE para que “se ponha de acordo e enfrente o problema em sua raiz”, em declarações a um canal de televisão italiano.
Também sobre este problema falou hoje o presidente italiano da região da Lombardia, com capital em Milão (norte), Roberto Maroni, do partido xenófobo Liga Norte, que reiterou sua recusa a receber mais imigrantes e afirmou que os municípios que aceitarem imigrantes ilegais disporão de menos recursos financeiros para sua despesa.
“É um fato gravíssimo, escreverei uma carta aos governadores regionais lombardos para convencê-los a não receber mais imigrantes clandestinos na região e também aos prefeitos para que se neguem a aceitá-los porque não devem estar aqui”, considerou.
“Aos prefeitos que os recebam reduziremos as transferências regionais como desestímulo para a gestão dos recursos”, acrescentou. EFE
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