Italiano infectado por ebola está “estável”, apesar da febre
Roma, 25 nov (EFE). – O médico italiano infectado por ebola em Serra Leoa e repatriado nesta terça-feira a um hospital de Roma está “estável”, apesar de apresentar “febre e tremores”, entre outros sintomas, informaram as autoridades de saúde em entrevista coletiva.
Ele é o primeiro paciente que a Itália acolhe desde que a epidemia começou. Trata-se de um médico siciliano, de aproximadamente 50 anos de idade, que trabalhava para a ONG Emergency com doentes de ebola de Lakka, em Serra Leoa, desde 18 de outubro.
O profissional chegou esta manhã à capital italiana a bordo de um avião do exército da Itália equipado com sistemas de isolamento e acompanhado por uma equipe de 25 pessoas, entre eles médicos e enfermeiros. Após a aterrissagem, na base aérea de Pratica di Mare (sul de Roma), foi levado em uma ambulância com sistema de biocontenção ao hospital romano Lazzaro Spallanzani, especializado em doenças contagiosas e onde permanecerá em quarentena.
A infectologista do centro, Emanuelle Nicastri, explicou que o doente está “estável”, apesar da febre, os tremores, o mal-estar geral e a hiperemia conjuntival que apresentava na chegada.
A médica destacou que o paciente já iniciou “um tratamento antiviral específico com um fármaco experimental não registrado” na Itália, mas cujo uso foi autorizado pela Agência italiana do Fármaco (AIFA) a pedido do Ministério da Saúde.
As autoridades sanitárias recusaram divulgar o nome do remédio até que “seja estabelecido um protocolo terapêutico”, apesar de esclareceram que “já foi empregado contra o ebola nos Estados Unidos e na Espanha”.
Por sua vez, o diretor cientista do hospital, Giuseppe Ippolito, assinalou que o paciente tem febre desde o domingo passado e, atualmente, sua temperatura corporal ascende aos 39 graus centígrados, algo que não provocou, por enquanto, sintomas de desidratação. Ele disse, além disso, que esta manhã, a sua chegada ao centro Spallazani, o doente permanecia “consciente e colaborador”.
Ippolito informou que o doente não poderá entrar em contato com seus parentes, entre eles a esposa e as duas filhas, mas poderá se comunicar com eles mediante eventuais ligações telefônicas.
A quarentena vai acontecer no primeiro andar deste hospital, situado no sudoeste da capital e considerado um dos centros de referência em doenças infecciosas da Itália. Durante o tempo que permanecer nesta situação será acompanhado por uma equipe de 15 médicos e 15 enfermeiros voluntários do hospital.
Sobre a causa do contágio, a presidente da ONG, Cecilia Strada, assegurou que “foi impossível reconstruir a causa do contágio” e ventilou a possibilidade de a roupa ou a luva terem rasgado.
“Infelizmente, também há outros casos de profissionais contagiados e é muito difícil achar a causa do contágio”, ressaltou. EFE
gsm/cdr
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