Itamaraty reclama da proibição de acesso de brasileiros à Cisjordânia
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que o embaixador brasileiro em Israel, Henrique Sardinha, manifestou hoje (2) a contrariedade do Brasil com o fato de dois brasileiros integrantes da Missão Humanitária a Gaza do Fórum Social Mundial terem sido barrados pelo serviço de imigração israelense.
Por meio de nota, o MRE acrescentou que o embaixador do Brasil em Tel Aviv já entrou em contato com as autoridades israelenses “para manifestar contrariedade com o ocorrido com a delegação brasileira da Missão Humanitária a Gaza do Fórum Social Mundial”.
Soraya Misleh, jornalista brasileira de origem palestina, e Mohamad El Kadri, de origem libanesa, foram impedidos de entrar na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel, sob a alegação de que poderiam oferecer riscos à segurança israelense. Questionados sobre os motivos que levaram à suspeita, os funcionários da fronteira limitaram-se a dizer que não poderiam dar mais informações.
Depois de barrados, os brasileiros foram informados que estão proibidos de retornar ao país por cinco anos. De acordo com diplomatas brasileiros, apesar do embaixador Henrique Sardinha ter demonstrado verbalmente sua contrariedade à diplomacia israelense, historicamente Israel não costuma voltar atrás de suas decisões.
Ha menos de um ano, em julho de 2014, o Brasil foi chamado de “anão diplomático” pelo então porta-voz do MRE de Israel, Yagal Palmor, após o governo brasileiro divulgar duas notas classificando como inaceitável a escalada da violência entre Israel e Palestina.
Além do governo brasileiro condenar “energicamente o uso desproporcional da força” por Israel na Faixa de Gaza, o embaixador brasileiro em Tel Aviv também foi chamado ao Brasil para consultas, ato diplomático que representa desagravo.
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