Japão aumenta medidas antiterroristas devido a jovem que tentou se unir ao EI
Tóquio, 7 out (EFE).- O governo do Japão anunciou nesta terça-feira que aumentará os esforços para prevenir o terrorismo em seu território devido ao caso de um estudante japonês que supostamente planejava se unir ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria.
“Tomaremos medidas para conter os extremistas”, afirmou em entrevista coletiva o ministro japonês das Relações Exteriores, Fumio Kishida, ao ser perguntado sobre a investigação policial sobre vários japoneses suspeitos de planejar uma união aos extremistas ou de fazer chamadas a favor do terrorismo.
As autoridades estão “determinadas a impedir” que cidadãos japoneses viajem à Síria, ao Iraque ou a outros países “para cometer atos terroristas ou participar de grupos extremistas”, acrescentou o ministro japonês, em declarações gravadas pela agência “Kyodo”.
“Como membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas e da comunidade internacional, tomaremos medidas proativas para prevenir o terrorismo”, afirmou o ministro porta-voz, Yoshihide Suga.
Suga citou a resolução 2178 do Conselho de Segurança, segundo a qual os Estados-membros devem prevenir atividades como “o recrutamento, a organização, o transporte ou o equipamento” de indivíduos que viajem para outros países “com o propósito de praticar atos terroristas”.
Na segunda-feira, a polícia japonesa interrogou um estudante de 26 anos que manifestou a intenção de viajar à Síria para se tornar um integrante ativo do EI.
O jovem tinha adquirido uma passagem de avião só de ida para a Turquia com saída prevista para esta terça-feira e pretendia chegar à Síria, segundo informou a emissora “Nippon TV”.
Vários companheiros de apartamento do estudante da Universidade de Hokkaido (norte) e um professor de Direito Islâmico também foram interrogados sem que se tenha ocorrido nenhuma detenção, afirmaram fontes policiais citadas pela emissora estatal “NHK”.
Segundo a polícia, o estudante pode ter respondido à convocação de um cartaz encontrado em uma livraria de Tóquio que convidava a viajar e trabalhar na Síria, mas era preciso consultar o estabelecimento para mais informações.
A livraria do conhecido bairro de Akihabara também foi inspecionada e vários de seus empregados foram interrogados pelas autoridades. Outro cidadão japonês também é suspeito de ter feito uma convocação de apoio ao movimento jihadista.
O código penal japonês proíbe preparar ou planejar de maneira pessoal uma guerra contra um estado estrangeiro e estabelece penas que variam de três meses a cinco anos de prisão.
Essa é a primeira vez que um cidadão japonês foi detido por querer apoiar ou se unir ao grupo jihadista na Síria. EFE
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