Japão considera agora ameaça terrorista sobre o país “mais real”
Tóquio, 3 fev (EFE).- O governo do Japão, após as execuções de dois de seus cidadãos pelo Estado Islâmico (EI), afirmou que a ameaça terrorista é agora “mais real” no país, segundo admitiu nesta terça-feira o ministro porta-voz do Executivo, Yoshihide Suga.
“A ameaça se tornou mais real para nosso país”, disse Suga durante uma reunião ministerial, na qual pediu um reforço das medidas antiterroristas em nível doméstico e no exterior.
“Peço a todos que reforcem as medidas de maneira conjunta”, afirmou Suga, segundo declarações publicadas pela agência “Kyodo”.
O governo do Japão foi criticado por ter lidado com a crise dos reféns com poucos dados de inteligência em seu poder.
O ministro da Defesa, Gene Nakatani, anunciou hoje que o Japão enviará para sua embaixada na Jordânia um oficial para recolher informação sobre grupos terroristas.
O mesmo será feito em embaixadas localizadas em países onde existam grupos terroristas que possam significar uma ameaça para os interesses japoneses.
Em 20 de janeiro, pouco depois do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, anunciar uma doação para os países que recebem refugiados pelo avanço do EI, o grupo exigiu de Tóquio US$ 200 milhões, mesmo valor destinado pelo governo, para não assassinar o jornalista Kenji Goto e o cidadão japonês Haruna Yukawa, sequestrados em julho e outubro do ano passado.
Após executar Yukawa, o grupo solicitou a entrega de uma terrorista iraquiana presa na Jordânia em troca de Goto e de um piloto jordaniano capturado em dezembro.
As negociações não prosperaram pois Amã exigiu uma prova de vida do piloto, o que o EI não fez. O grupo divulgou um vídeo no domingo mostrando o corpo decapitado de Goto.
Os extremistas acusaram Abe de ter entrado em “uma guerra que não se pode ganhar” e ameaçou assassinar cidadãos japoneses “onde quer que estejam”. EFE
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