Japão continuará pescando baleias no Pacífico, mas reduzirá caças

  • Por Agencia EFE
  • 18/04/2014 10h44
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Tóquio, 18 abr (EFE).- O governo japonês decidiu continuar com a caça às baleias no Pacífico Norte, mas reduzirá as capturas, por causa da sentença da Corte Internacional de Justiça (CIJ) que ordenou ao país deter esta atividade na Antártida.

O ministro japonês de Agricultura e Pesca, Yoshimasa Hayashi, anunciou a medida após uma reunião de seu gabinete com o primeiro-ministro, Shinzo Abe, na qual também se decidiu “replanejar” o programa científico de pesca de baleias na Antártida para 2015.

O Executivo japonês estudava a continuidade de sua campanha de pesca no Pacífico Norte por causa do recente da CIJ, que só afetava a Antártida.

A decisão da CIJ e as críticas da comunidade internacional elevaram a pressão sobre o Japão para que pusesse fim também à caça de baleias no Pacífico Norte, que segundo Tóquio também tem fins científicos.

O Executivo japonês decidiu finalmente aplicar novos métodos de investigação que não requeiram necessariamente a pesca de baleias, assim como reduzir o número máximo de capturas anuais das atuais 380 para 210, segundo explicou Hayashi em declarações recolhidas pela agência “Kyodo”.

“Em base ao veredicto, realizaremos o JARPN II (segunda fase do programa baleeiro no Pacífico Norte), mas reduzindo sua escala”, disse Hayashi.

A frota do Pacífico Norte zarpará da costa de Miyagi (nordeste do país) no sábado, 26 de abril, quatro dias mais tarde do que o previsto inicialmente.

O argumento oferecido é que o organismo teria assim mais tempo para consultar a polícia e a guarda litorânea.

No entanto, alguns veículos de imprensa nacionais como o jornal “Yomiuri”, o de maior circulação no Japão, disseram hoje que o atraso teria sido decidido para evitar que o início da campanha de pesca de baleias, geralmente condenada pelos países ocidentais, coincida com a visita que o presidente americano, Barack Obama, realiza ao país nesta semana.

O presidente dos Estados Unidos chegará ao Japão em 23 de abril e deixará o país em 25, um dia antes da data proposta para que os baleeiros zarpem.

Quanto à campanha da Antártida, o ministério “elaborará estudos extensivos” sobre a questão e enviará “um novo programa de investigação” sobre baleias no próximo outono à Comissão Baleeira Internacional (CBI), baseando-se nos critérios da sentença do tribunal de Haia, afirmou Hayashi.

Em 31 de março, o CIJ ordenou ao Japão cancelar seu programa de pesca com fins científicos no oceano Antártico por considerar que os mesmos não se ajustam aos exigidos pela legislação internacional. EFE

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