Japão descarta que seu novo estímulo monetário serve para desvalorizar o iene
Tóquio, 4 nov (EFE).- O ministro das Finanças do Japão, Taro Aso, descartou nesta terça-feira que o governo tenha pressionado o banco central do país para ativar seu plano de estímulo monetário adicional e assim desvalorizar o iene, favorecendo os grandes exportadores japoneses.
“O principal alvo (das novas medidas de flexibilização adotadas) é tirar a economia japonesa da recessão deflacionária. A desvalorização do iene é um efeito derivado”, disse Aso em entrevista coletiva pouco depois de o iene chegar a sua cotação mais baixa em relação ao dólar em mais de seis anos.
Suas declarações se referem às medidas anunciadas de surpresa na sexta-feira pelo Banco do Japão (BoJ, banco central). Entre elas está a injeção adicional de até 20 trilhões de ienes (US$ 176 bilhões de dólares) para facilitar ainda mais o crédito.
Esse valor faz parte dos planos de estímulos monetários que começaram em abril de 2013, como um dos pilares da estratégia de reforma econômica do primeiro-ministro Shinzo Abe.
Com esse aporte adicional, o BoJ quer ampliar sua base monetária num ritmo de até 80 trilhões de ienes (US$ 704,7 bilhões) por ano, com o objetivo de conseguir uma taxa de inflação de cerca 2% para 2015 e, com isso, encerrar um ciclo deflacionário de quase duas décadas.
Aso acrescentou hoje, em declarações divulgadas pela agência “Kyodo”, que o G20 entendeu as metas estabelecidas pelo Japão, apesar das críticas de alguns países.
Por outro lado, o ministro das Finanças também destacou a necessidade de se tomar medidas para que muitas empresas japonesas, pequenas e médias, não sejam afetadas pelo forte aumento nos custos de suas importações pela queda acentuada do iene.
O dólar foi cotado acima dos 114 ienes pela primeira vez em seis anos e dez meses, o que levou o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio disparar pelo segundo dia consecutivo e superar os 17.000 pontos, o que não ocorria desde 2007.
O iene mais barato estimula a competitividade das grandes empresas exportadoras japonesas e aumenta seus lucros na hora de repatriá-los. EFE
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