Japão e Coreia do Norte se aproximam em diálogo sobre japoneses sequestrados
Tóquio, 16 mar (EFE).- Japão e Coreia do Norte alcançaram um avanço positivo sobre os cidadãos japoneses sequestrados pelo regime norte-coreano, uma espinhosa matéria que impediu até agora que os dois países mantivessem relações diplomáticas, informou neste domingo o Ministério das Relações Exteriores japonês.
Segundo a chancelaria, os pais de Megumi Yokota, sequestrada e levada para a Coreia do Norte em 1977, quando tinha 13 anos, se encontraram pela primeira vez com sua neta, que vive no país comunista.
O encontro aconteceu esta semana em Ulan Bator (na Mongólia) e foi fruto de uma reunião informal entre representantes dos governos realizada este mês na cidade chinesa de Shenyang.
A Coreia do Norte admitiu em 2002 ter sequestrado vários japoneses para trabalharem na formação de espiões.
Shigeru e Sakie Yokota conheceram Kim Eun Gyong, que tem 26 anos e é filha de um sul-coreano que também foi sequestrado pelo regime norte-coreano e Megumi Yokota, que de acordo com as autoridades norte-coreanas se suicidou em 1994.
Dois anos depois do suicídio o regime norte-coreano enviou as supostas cinzas ao Japão, embora as análises realizadas não tenham confirmado a identidade de Megumi, o que fez com que seus pais e o governo japonês suspeitassem que ela pode estar viva e continuassem a insistir em tratar de um assunto que desde então a Coreia do Norte deu por encerrado.
O assunto dos cidadãos japoneses sequestrados impede que Tóquio e Pyongyang normalizem suas relações, por isso a chancelaria japonesa considera a reunião de Yokota com sua neta um pequeno avanço e já planeja solicitar a reabertura de conversas entre os dois governos.
A Cruz Vermelha japonesa e a norte-coreana voltarão a realizar um novo encontro em Shenyang na semana que vem em que participarão representantes dos governos dos dois países.
As conversas de alto nível entre Tóquio e Pyongyang estão suspensas desde que o regime norte-coreano realizou em dezembro de 2012 o lançamento de um satélite, considerado pela comunidade internacional como uma prova encoberta de mísseis balísticos. EFE
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