Japão registra recessão de 1,6% anualizado entre julho e setembro
Tóquio, 17 nov (EFE).- A economia japonesa se contraiu 1,6% anualizado entre os meses de julho e setembro, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo governo, o que demonstra o persistente efeito negativo da alta de impostos sobre o consumo aplicada em abril.
Em relação ao trimestre anterior, o Produto Interno Bruto (PIB) do Japão encolheu 0,4%, principalmente pela queda do investimento corporativo.
Os dados, abaixo da maioria de previsões dos analistas, aproximam ainda mais a possibilidade de eleições antecipadas, manobra com a qual o primeiro-ministro Shinzo Abe pretende bloquear uma nova alta do IVA.
Os números do PIB representam o segundo trimestre de contração para a terceira economia do mundo (que em abril-junho encolheu 7,1% anualizado), o que situa ao país em recessão técnica e complica a estratégia econômica do Abe, batizada popularmente como “Abenomics”.
Embora o consumo, que compõe 60% da economia, tenha crescido 0,4% em relação ao trimestre anterior, a alta foi menor do que o previsto por muitos economistas e evidenciam o peso negativo que ainda tem a alta do IVA, que passou de 5% para 8% em abril.
O ministro de Política Econômica e Fiscal, Akira Amari, apontou este fator como fundamental para entender o baixo rendimento da economia japonesa.
“O impacto da alta do imposto sobre o consumo foi maior do que achamos inicialmente, em um momento no qual o Japão está tentando romper o ciclo deflacionário”, explicou Amari.
As exportações, outro motor da economia japonesa, cresceram 1,3% ante abril-junho, enquanto as importações subiram 0,8%.
No entanto, o investimento de capital, outro componente importante para o PIB japonês, teve um retrocesso de 0,2%, enquanto o investimento residencial caiu 6,7% em comparação com o trimestre anterior.
A maioria de analistas espera que após a publicação destes dados o primeiro-ministro dissolva nesta semana a câmara Baixa e convoque eleições antecipadas em dezembro. O Partido Liberal-Democrata (PLD) de Abe se apresentaria então com a proposta de não subir novamente o IVA em outubro de 2015. EFE
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