Japão reinicia operação de primeiro reator após 2 anos sem energia nuclear

  • Por Agencia EFE
  • 11/08/2015 00h57

Tóquio, 11 ago (EFE).- A usina atômica de Sendai entrou em processo de reativação nesta terça-feira (data local), o que a transforma na primeira a voltar a operar no Japão após dois anos sem produzir energia nuclear e também na primeira a funcionar com os novos padrões de segurança estabelecidos depois do desastre de Fukushima.

Os operários da Kyushu Eletric Power, proprietária da central, retiraram as chamadas barras de controle – que interrompem o processo de fissão – do reator 1 da usina por volta das 10h30 (horário local, 22h30 de segunda-feira em Brasília), segundo a agência “Kyodo”.

A reativação de Sendai, no sudoeste do país, foi realizada com apoio do governo do Japão, que defende a necessidade da retomada da energia nuclear para estimular o crescimento, apesar da maioria da população rejeitar a medida por medo de uma repetição de um acidente como o de Fukushima, em 2011.

A Kyushu Electric espera que o reator leve 12 horas até alcançar seu ponto crítico e prevê que comece a gerar eletricidade a partir de 13 de agosto.

A unidade 1 começaria suas operações comerciais de provisão em setembro, enquanto se prevê a reativação do segundo reator desta usina em outubro.

Sendai é a primeira usina do Japão – país que mantinha todos seus reatores desativados desde setembro de 2013 – que atendeu os novos padrões de segurança mais estritos exigidos desde o ano passado pela Autoridade de Regulação Nuclear (NRA) por causa do desastre provocado pelo terremoto e tsunami de 2011 em Fukushima.

No entanto, este novo marco para operações nucleares não parece contentar os japoneses, uma vez que a maioria da população rejeita a reativação, segundo mostram as enquetes.

Hoje mesmo 200 pessoas se concentraram desde o início da manhã na frente da central de Sendai, no extremo sul da ilha de Kyushu, e protestaram contra a ativação do reator 1, segundo informou a emissora “NHK”.

Em Tóquio, grupos de pessoas também se manifestaram contra a decisão em frente ao parlamento do país.

A NRA deu o sinal verde a outros quatro reatores -incluindo o segundo de Sendai – para que retomem suas operações e espera-se que sejam muitos mais no futuro, algo que se encaixa no plano do governo do primeiro-ministro, Shinzo Abe, que em 2030 espera gerar 20% da eletricidade a partir da motriz nuclear. EFE

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