Japão se prepara para reeleger o conservador Shinzo Abe
Ramón Abarca.
Tóquio, 13 dez (EFE).- A economia voltou a protagonizar neste sábado o ultimo dia de campanha eleitoral no Japão, onde amanhã acontecerá o pleito antecipado para o qual o partido do primeiro-ministro, Shinzo Abe, parte como claro favorito.
Os principais candidatos aproveitaram hoje as ultimas horas de campanha para pedir votos por todo o país e tentar encorajar um eleitorado que se mostra muito pouco motivado a comparecer às urnas.
O primeiro-ministro e líder do Partido Liberal-Democrata (PLD) percorreu neste sábado várias províncias do país e deu seu último discurso na bairro de Akihabara, em Tóquio, meca dos produtos de eletrônica e mangás.
“Minha prioridade foi a economia. Criamos emprego, aumentamos os salários e, se seguirmos assim, conseguiremos acabar com 15 anos de deflação, que é nosso objetivo”, assegurou o líder do PLD.
O primeiro-ministro conservador defendeu assim seu programa econômico, conhecido popularmente como “Abenomics”, com o qual pretende reativar a economia do Japão por meio de agressivos estímulos monetários e um gigantesco gasto público.
A convocação das eleições antecipadas coincidiu com a entrada em recessão da terceira economia do mundo e a decisão do Executivo de atrasar um aumento do IVA para que o consumo não continuasse caindo.
Por sua parte, Natsuo Yamaguchi, líder do budista Novo Komeito, aproveitou o último dia de campanha para destacar na província de Gifu, no centro do Japão, a importância da “estabilidade” garantida pela coalizão de governo que seu partido forma com o PLD de Abe.
Mais de 100 milhões de japoneses estão convocados a votar este domingo para escolher entre 1.191 candidatos os 475 membros da câmara baixa do parlamento, encarregada entre outras funções de escolher o primeiro-ministro e aprovar os orçamentos.
Todas as enquetes divulgadas até hoje indicam que o partido governante conseguirá revalidar sua vitória e inclusive aumentar a maioria obtida em 2012, quando a legenda do primeiro-ministro recuperou o poder após três anos na oposição.
Neste sentido, o PLD obteria cerca de 300 assentos (atualmente ostenta 295) e seu parceiro de governo, Novo Komeito, também colheria um resultado similar ou superior ao de dois anos atrás (31 cadeiras), o que permitirá à atual coalizão governante voltar a dominar dois terços da câmara.
Por sua parte, o Partido Democrático (PD), que governou entre 2009 e 2012, sofreria um baque ainda maior ao das últimas eleições, quando alcançou 62 cadeiras, em parte como castigo por sua gestão da crise de Fukushima.
O temporal de frio e neve que afeta várias províncias do centro e do norte do país se apresentou como um repentino protagonista da última jornada desta campanha eleitoral de 12 dias, o que faz temer que a participação seja menor inclusive que a esperada.
Os analistas concordam que este pleito, convocado na metade do mandato por Abe e considerado como um referendo de sua gestão econômica, não vai conseguir mobilizar os eleitores, motivo pelo qual se esperam índices de abstenção ainda maiores que em 2012, quando a participação ficou em 59%, seu menor nível desde a Segunda Guerra Mundial.
No entanto, até hoje foi registrado um total de 10 milhões de votos antecipados, 7% a mais que no pleito anterior, segundo dados da emissora pública “NHK”, o que pode ter sido motivado pelo mau tempo e as advertências das autoridades neste sentido.
Os mais de 48 mil colégios eleitorais das 47 províncias do Japão estarão abertos amanhã para que os eleitores depositem duas cédulas: uma com um nome próprio para os 295 deputados que se elegem por sistema de único assento, e outra para um partido, com o que se designa 180 representantes de modo proporcional. EFE
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