Jean-Marie le Pen atribui a sua filha seu “assassinato” político
Paris, 21 ago (EFE).- O cofundador da Frente Nacional (FN), Jean-Marie Le Pen, afirmou nesta sexta-feira que sua expulsão ontem do partido foi responsabilidade da presidente da legenda, sua filha Marine.
A atual líder do partido e seu número dois, Florian Philippot, não estiveram presentes no encontro que determinou a exclusão, no qual as instâncias diretivas reprovaram as sucessivas provocações e subidas de tom de Le Pen.
Segundo o patriarca do clã, Marine “não queria fazer parte do pelotão de execução (…) porque matar seu pai padre não é bonito. Então não fez isso diretamente, mas fez com que outros matassem. Mas foi Marine Le Pen quem tomou a decisão”.
O político ultradireitista reiterou à emissora “RTL” que planeja recorrer dessa decisão perante a Justiça.
“Quando se é vítima de um assassinato e esse assassinato é perpetrado por sua filha, é evidente que não isso te alegra. Mas é preciso encarar as coisas com filosofia. Sabemos que, tarde ou cedo, a Justiça atuará”, declarou Le Pen à “RTL”.
Le Pen conserva ainda seu cargo de presidente de honra, porque sua retirada exigiria uma assembleia presencial que ainda não tem data fixada.
“Eu sou a Frente Nacional. Na Frente Nacional estou em minha casa”, destacou o octogenário, que ressaltou que já conseguiu três vitórias judiciais contra seu próprio partido, e se mostrou convencido que haverá uma quarta.
A direção já havia lhe expulsado uma primeira vez em maio, mas Le Pen recorreu à Justiça e nesse e outros dois recursos conseguiu tanto que se lhe restituísse a militância como a anulação do “congresso postal” no qual, através do correio, se pediu aos militantes para votar sobre a supressão da figura do presidente de honra. EFE
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