Jeb Bush investe contra Hillary Clinton por pedir fim do embargo a Cuba

  • Por Agencia EFE
  • 31/07/2015 15h57
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Miami, 31 jul (EFE).- O pré-candidato republicano à presidência dos Estados Unidos e ex-governador da Flórida, Jeb Bush, acusou nesta sexta-feira a democrata Hillary Clinton de apoiar uma “retirada na luta pela democracia em Cuba” ao pedir ao Congresso o fim do embargo sobre a ilha.

Jeb Bush considerou “um insulto” que a pré-candidata democrata à presidência dos EUA “venha aqui (a Miami)” propor algo semelhante.

“Esta cidade se transformou em lar e refúgio de milhares de vítimas dos Castro”, ressaltou em comunicado o político republicano sobre Miami, onde vive a maior comunidade de cubanos dos Estados Unidos.

Para o pré-candidato republicano, o “pedido” de Hillary para “acabar com o embargo”, feito em uma conferência realizada hoje na Universidade Internacional da Flórida (FIU, sigla em inglês), também significa o abandono dos “princípios da democracia” em troca de nada por parte do regime cubano.

Segundo o ex-governador da Flórida, essa atitude “é um insulto à dor das famílias”.

No dia 17 de dezembro, o presidente americano Barack Obama e o líder cubano Raúl Castro anunciaram a aproximação entre os dois países. Com isso, os EUA aliviaram algumas das proibições sobre a ilha através de ordens executivas, mas o embargo só pode ser suspenso com a aprovação do Congresso.

Sobre esse tema, Jeb Bush aproveitou hoje para afirmar que o “povo americano merece líderes com princípios” firmes frente aos adversários da nação e que “saibam defender” seus “valores”.

Em seguida, o republicano criticou a agenda política comum do presidente Barack Obama e de Hillary Clinton, com um programa que se fundamenta em uma “falsa narrativa”, ao descrever o embargo como um “resquício da Guerra Fria”.

“Eles dizem que querem libertar Cuba do passado, mas não entendem que o povo cubano” não está preso ao passado, mas “está preso pelo regime dos Castro”, insistiu o pré-candidato.

Jeb Bush também revelou seu “desejo” de que, um dia, o “povo cubano esteja livre da opressão” e desfrute da “liberdade para escolher seus próprios líderes”.

“Se for eleito presidente – concluiu o republicano – vou estar comprometido em ajudá-los (os cubanos) a conseguir a liberdade que lhes vêm sendo negada” durante tanto tempo pelo governo comunista de Havana.

Hillary também foi criticada por alguns veículos de imprensa da Flórida. O jornal “The Miami Herald” publicou um editorial no qual considera que o apoio da candidata ao fim do embargo só “reflete um cálculo político”.

“Cuba não conseguiu o fim do embargo. Está muito longe disso. Apesar de meses de conversas entre ambos os países e do anúncio da normalização de relações, não vimos nenhuma ação significativa por parte do regime dos irmãos Castro que beneficie os EUA ou melhore as liberdades civis dos cubanos”, destacou a publicação do sul da Flórida.

Nesta semana, o congressista republicano Tom Emmer e a democrata Kathy Castor apresentaram um projeto de lei para acabar com o embargo econômico sobre Cuba e permitir que empresas privadas americanas possam fazer negócios livremente com a ilha.

A iniciativa, batizada como “Lei de Comércio com Cuba 2015” e que conta com o apoio de outros legisladores, foi apresentada uma semana depois que Cuba e EUA decidiram reabrir suas embaixadas e tornar efetiva a restauração diplomática anunciada há sete meses. EFE

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