Jerusalém tem enfrentamentos perto da casa de jovem palestino assassinado

  • Por Agencia EFE
  • 02/07/2014 08h36
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Jerusalém, 2 jul (EFE).- Dezenas de soldados israelenses se desdobraram diante da casa do jovem palestino desaparecido ontem à noite no bairro de Shuafat e encontrado sem vida nesta quarta-feira, quando explodiram enfrentamentos com grupos de manifestantes.

Segundo constatou a Agência Efe, cerca de 300 pessoas se congregaram nesta manhã nas imediações do edifício de vários andares no qual vivia Mohamad Hussein Abu Jedeir, de 16 anos, quando foi informado que seu corpo foi achado, com sinais de violência, em uma floresta da parte árabe de Jerusalém.

À medida que aumentava a tensão, alguns dos concentrados começaram a lançar pedras e outros objetos contra as tropas, que responderam com métodos antidistúrbios, sem informações sobre vítimas.

A polícia israelense admitiu nesta manhã que investiga um possível caso de vingança após achar o corpo, em um assassinato que já foi condenado pelo prefeito de Jerusalém Nir Barkat.

“É um ato bárbaro e horrível que condeno. Essa não é nossa maneira de atuar e tenho certeza que nossas forças de segurança levarão os culpados à justiça. Peço a todas as partes prudência”, afirmou.

Embora a vingança seja a principal via de investigação dado o clima de protestos contra os árabes que vive a cidade desde que na terça-feira foram enterrados os três estudantes judeus desaparecidos na Cisjordânia e achados mortos, os agentes não descartam que pudesse ser também “um crime de honra”.

Testemunhas explicaram à Efe que ontem à noite viram como um menino foi obrigado a entrar em um carro na saída da mesquita no bairro de Shuafat, perto de uma zona comercial situada em Jerusalém Oriental.

“A polícia descobriu o corpo em uma floresta de Jerusalém e agora investiga se há conexão com o menino desaparecido”, explicou o porta-voz da Polícia, Micky Rosenfeld.

Ontem à noite, quatro adolescentes israelenses foram detidos após atacar dois palestinos que trabalhavam no centro de Jerusalém, onde dezenas de pessoas se manifestaram ao grito de “morte aos árabes” para pedir vingança pelo assassinato dos três estudantes judeus na Cisjordânia.

Segundo meios de comunicação locais, policiais detiveram um jovem judeu mascarado quando tentava atacar um empregado de uma famosa rede de fast-food situada na parte pedestre da cidade santa.

Além disso, outros três adolescentes foram detidos quando tentavam uma ação similar contra um palestino de origem beduíno, igualmente empregado no coração comercial de Jerusalém, onde trabalham vários palestinos.

A edição digital do jornal “Yedioth Ahronoth” informou, além disso, sobre enfrentamentos na rua Jaffa, pulmão comercial de Jerusalém, onde manifestantes bloquearam os acessos, trataram de entrar no mercado de Menahe Yehuda e gritaram palavras de ordem como “morte aos árabes”, exigindo que Israel vingue o assassinato dos três jovens estudantes.

A Polícia israelense elevou na segunda-feira o alerta de suas forças ao nível 3, de um total de 5, após o achado dos cadáveres dos três jovens judeus sequestrados o passado 12 de junho quando faziam carona na Cisjordânia, pelo temor a uma deterioração da situação e a possíveis represálias por nacionalistas judeus.

Os olhares apontam ao grupo “Tag Mehir” (O preço a pagar), com um longo histórico de ataques contra alvos palestinos, como o mais propício para uma ação de vingança. EFE

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