Jihadistas do Estado Islâmico explodem histórico templo de Baal, em Palmira

  • Por EFE e Agência Brasil
  • 23/08/2015 18h59

Foto de arquivo de 2010 mostra vista geral da antiga cidade de Palmira EFE Foto de arquivo de 2010 mostra vista geral da antiga cidade de Palmira

Jihadistas do grupo radical Estado Islâmico dinamitaram o histórico templo de Baal, situado nas ruínas da cidade síria de Palmira, indicou o Observatório Sírio de Direitos Humanos. O chefe do Departamento de Museus e Antiguidades daquela cidade, Maamoun Abdulkarim, confirmou a informação.

“Fontes fidedignas informaram ao Observatório Sírio de Direitos Humanos que o Estado Islâmico explodiu o templo de Baal situado na cidade arqueológica de Palmira”, garantiu o Observatório.

“O Daesh [nome árabe do autoproclamado EI] colocou grande quantidade de explosivos no templo de Baal Shamin, provocando depois a explosão que causou muitos danos no templo”, segundo Abdulkarim. De acordo com Abdulkarim, a área central do templo ficou destruída e as colunas que a rodeavam entraram em colapso.

Os extremistas tomaram o controle desta cidade e suas ruínas greco-romanas, incluídas na lista do Patrimônio da Humanidade da Unesco em 20 maio. O EI controla partes da Síria e do vizinho Iraque, e invadiu a cidade de Palmira no dia 21 de maio, o que provocou preocupação internacional quanto ao destino do património da cidade, descrita pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como de “valor universal excepcional”.

O Observatório precisou que os radicais usaram uma grande quantidade de explosivos para destruir o templo e indicaram que este foi destruído há quase um mês, segundo moradores da cidade que conseguiram fugir.

Palmira é considerada pela Unesco uma relíquia única do século I a.C e uma peça da arquitetura e do urbanismo romano, pelas colunas de sua famosa rua principal e o templo de Baal.

Esta cidade é um dos seis lugares sírios inscritos na lista do Patrimônio da Humanidade da Unesco, junto aos antigos bairros de Aleppo, Damasco e Bosra; o Krak dos Cavaleiros e as aldeias antigas do norte do país.

A destruição do templo foi revelada cinco dias depois que o EI executou o antigo responsável da direção geral de Antiguidades e Museus em Palmira, Khaled al Asaad, por considerá-lo o “diretor dos ídolos” desta cidade.

O destacado arqueólogo, que foi decapitado em público e seu corpo pendurado, foi também acusado pelo EI de representar o regime do presidente sírio, Bashar al Assad, em “congressos apóstatas”, em referência às conferências internacionais sobre antiguidades.

Em junho, ativistas tinham advertido que membros do Estado Islâmico colocaram explosivos nas ruínas. Uma informação que, posteriormente, foi confirmada pelo regime sírio.

Desde fevereiro, os radicais do EI destruíram nas zonas que dominam no Iraque vários lugares e museus arqueológicos.

As ruínas assírias de Nimrud do século XIII a.C. e de Hatra, patrimônio da humanidade da Unesco, o Museu da Civilização da cidade de Mossul e a jazida de Dur Sharrukin, capital assíria durante parte do reinado de Sargon II (722 – 705 a . C.) foram alvo da barbárie deste grupo jihadista.

Baal Shamin foi construído no século 17 antes de Cristo (aC), e ampliado no reinado do imperador romano Adriano, em 130 aC.

Foto do texto: Imagens das três deidades de Palmira: Baalshamin, mestre dos céus com Malakbel, deus do sol, e Aglibol, deus da lua (EFE/EPA/SEBASTIAN KAHNERT)

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