Jimmy Carter acredita que sua luta contra o câncer será um sucesso

  • Por Agencia EFE
  • 20/08/2015 16h19
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Atlanta (EUA), 20 ago (EFE).- O ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter (1977-1981) se mostrou nesta quinta-feira otimista sobre o resultado do tratamento que começará imediatamente para erradicar os quatro pequenos focos de câncer que os médicos descobriram em seu cérebro.

“Primeiro pensei que me restavam apenas poucas semanas. Agora está nas mãos dos meus médicos e de Deus. Estou pronto para qualquer coisa”, disse o político em entrevista coletiva na sede do Centro Carter, em Atlanta (Geórgia, EUA).

O ex-presidente americano revelou que o câncer começou em alguma parte não identificada de seu corpo e depois se espalhou para o fígado, para posteriormente chegar ao cérebro, por isso que os médicos realizarão durante os próximos meses testes para descobrir o foco da doença.

Carter, de 90 anos, receberá nesta quinta-feira no hospital de Emory de Atlanta o primeiro dos quatro tratamentos de radioterapia, com um intervalo de três semanas entre cada um deles, e uma série de remédios para fortalecer seu sistema imunológico.

Em uma nova mostra de sua personalidade afável, o político democrata se mostrou confiante em que esta “nova aventura” terá um bom final: “Estou pronto para tudo”.

Questionado pelos jornalistas, os que atendeu durante cerca de 40 minutos, Carter disse que teve uma “vida maravilhosa”.

O ex-presidente informou que na operação do dia 3 de agosto foi retirado 10% do seu fígado e que naquele momento os médicos já sabiam que o câncer tinha se espalhado para outras partes do corpo, embora por enquanto não tenha sentido os efeitos da doença.

“Sinto-me bem, não senti dor ou fraqueza”, disse o político democrata sobre seu diagnóstico.

O político democrata tem um extenso histórico de câncer em sua família, pois seu pai e três irmãos morreram de câncer de pâncreas e sua mãe teve câncer de mama, que depois também apresentou metástase no pâncreas.

Carter afirmou que, por enquanto, seu “tratamento médico é sua principal prioridade”, por isso que vai delegar boa parte das obrigações para poder se concentrar em sua recuperação.

Ele vai delegar a seu neto Jason a direção do Centro Carter, organização sem fins lucrativos que criou após deixar a Casa Branca em 1981.

O ex-presidente, que mostrou seu usual senso do humor durante a entrevista coletiva, agradeceu as mostras de apoio e as ligações que recebeu de seus fãs e de personalidades da política, como o presidente Barack Obama e os ex-presidentes Bill Clinton, George H. Bush e George W. Bush.

“É a primeira vez que me ligam em muito tempo”, disse Carter em tom jocoso.

Jimmy Carter, nascido em Plains, Geórgia, comunidade com a qual guarda estreitos vínculos, assinalou que irá para lá junto com sua esposa enquanto recebe tratamento.

O ex-presidente assinalou que planeja continuar com suas aulas de catecismo para crianças de Plains como tem feito nos últimos anos.

“Tenho planejado ensinar catecismo este domingo e cada domingo enquanto me sentir física e mentalmente capaz”, asseverou.

Sua esposa Rosalynn, com quem está casado há 69 anos e o acompanhou de perto em muitas de suas missões internacionais, estava a seu lado durante a entrevista coletiva.

“A melhor coisa que fiz na minha vida foi me casar com Rosalynn. Estamos há 69 anos juntos”, disse com satisfação.

Após deixar a Casa Branca, Carter se dedicou a impulsionar a democracia através de várias missões de observação em eleições em vários países da América Latina e do Caribe, assim como para buscar soluções pacíficas para conflitos internacionais.

Este trabalho, ao qual se somou o fomento de iniciativas de desenvolvimento social, lhe valeu o Prêmio Nobel da Paz em 2002.

Entre as principais conquistas de Carter, está o acordo de Camp David que pôs fim às agressões entre Egito e Israel em 1978, embora com a passagem dos anos o ex-presidente americano tenha expressado suas críticas ao tratamento de Israel em relação ao povo palestino.

Contrastando com isso, uma missão de resgate de reféns no Irã em seu último ano de mandato lhe custou em parte a reeleição.

“Queria ter enviado mais um helicóptero para tirar os reféns”, asseverou o 39º presidente americano.

A última missão de observação em eleições da qual participou, à Guiana em maio deste ano, teve que ser interrompida por motivos de saúde.

Em julho, Carter publicou seu livro de memórias, “A Full Life: Reflections at Ninety”, o mais recente dos 30 livros que escreveu. EFE

mc/ma

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