Joaquim Levy diz que ajuste levará ao crescimento econômico
Brasília, 29 abr (EFE).- O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta quarta-feira que o ajuste fiscal planejado pelo governo, que representará um forte corte de gastos públicos durante o ano, é “necessário” para propiciar uma retomada do crescimento econômico.
Levy compareceu em três comissões econômicas da Câmara dos Deputados e admitiu que o ajuste, por meio do qual se tentará equilibrar as contas públicas, que fecharam no vermelho no ano passado, também servirá para recuperar a confiança dos mercados.
“Devemos estimular a confiança, pois os investidores se sentem inseguros se há uma perspectiva de descontrole do gasto público”, declarou Levy.
Para o ministro, as agências classificadoras estão “atentas” aos movimentos do governo, que espera pela aprovação de diversas medidas de ajuste no Congresso.
Levy reiterou que as previsões oficiais indicam que este ano a economia encolherá cerca de 1%, mas assegurou que uma vez aplicado o ajuste o país voltará “rapidamente” a crescer.
No entanto, esclareceu que “não é que o Produto Interno Bruto (PIB) vá cair por causa do ajuste”, mas sim por “desequilíbrios” que estão sendo corrigidos para retomar o caminho do crescimento.
“A economia não está em um ritmo forte e a votação do ajuste será um sinal de confiança para que os investidores comecem a se preparar para o futuro”, disse o ministro.
Segundo Levy, uma vez aprovadas as medidas, “será necessário dar um tempo para que (os investidores) tomem suas decisões, que se apoiem sempre em fatos” e não em meras projeções.
No entanto, Levy alertou para a necessidade do ajuste fiscal ser aprovado em um curto prazo, pois a economia “é como um castelo de areia e, se chega uma onda, pode destruir tudo”.
O ministro afirmou ainda que a demora excessiva do legislativo para aprovar os ajustes promoverá uma maior “deterioração” da situação econômica do país, que enfrenta altas taxas de inflação e juros e um aumento do desemprego, que em março chegou a 6,2%.
Levy sustentou que, em termos históricos, trata-se de uma taxa relativamente baixa, mais mesmo assim reconheceu que “o desemprego aumenta com um ritmo relativamente forte” e que é necessário adotar medidas para garantir a criação de novos postos de trabalho. EFE
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