John Kerry negocia trégua na Síria, enquanto Damasco amplia cessar-fogo
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, iniciou, nesta segunda-feira, o segundo dia de conversas com líderes em Genebra, na Suíça, para encontrar uma maneira de restaurar, ao menos, uma trégua parcial na Síria em meio a intensos ataques na cidade de Aleppo. Enquanto isso, o cessar-fogo em Damasco foi renovado por mais 48 horas.
Kerry se reuniu hoje com o chanceler da Arábia Saudita, Adel al-Jubeir, e com o enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Síria, Staffan de Mistura. Segundo Kerry, as conversas estão tendo progresso em direção a um entendimento sobre como reduzir a violência no norte do territ[ório sírio, mas que ainda era necessários mais trabalho.
Al-Jubeir chamou a situação em Aleppo com contínuos ataques aéreos de “ultraje” e uma violação criminal do direito humanitário. Ele disse que o presidente sírio Bashar al-Assad seria responsabilizado pelos ataques e seria retirado do poder, quer através de um processo político ou pela força.
“Há apenas um lado que está usando aviões e é o de Bashar al-Assad e seus aliados, então eles são responsáveis pelo massacre de mulheres, crianças e idosos”, disse, complementando, “Eles são responsáveis pelo assassinato de médicos e esta situação não vai continuar. O mundo não vai permitir que eles escapem dessa”.
A reuniões de Kerry em Genebra ocorrem em meio à notícia de que os militares da Síria ampliaram o cessar-fogo em Damasco e em redutos da oposição nos subúrbios orientais por mais 48 horas.
No entanto, a trégua continua a excluir a cidade de Aleppo, onde mais de 250 pessoas morreram em bombardeios e ataques aéreos ao longo dos últimos nove dias, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
Os EUA têm tentado chegar a um acordo com a Rússia para deixar de fora regiões chamadas de “zonas de segurança”, onde civis poderiam encontrar abrigo dos ataques aéreos de Assad, que diz ter como alvo terroristas.
Não ficou imediatamente claro se a Rússia aceitaria tal plano ou se Moscou poderia persuadir o governo de Assad a respeitar as zonas de segurança. Algumas autoridades americanas estão céticos das chances de sucesso, mas outros acreditam que daria certo e reduziria as mortes.
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