Jordânia liberta líder salafista que teria criticado práticas do EI
Amã, 5 fev (EFE).- O Tribunal de Segurança do Estado da Jordânia decidiu nesta quinta-feira libertar o destacado líder salafista Issam Barqaqi, mais conhecido como Abu Mohammed al Maqdesi, que está detido há três meses.
Fontes de segurança declararam à Agencia Efe que o procurador, o coronel Fawaz al Otum, decidiu retirar as acusações que tinha apresentado contra Maqdesi por incitar a atuar contra o regime.
Maqdesi é considerado o mentor do chamado grupo salafista jihadista e foi detido em outubro do ano passado por sua oposição à participação da Jordânia na aliança internacional liderada pelos Estados Unidos contra os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI).
Embora não tenha sido divulgada a razão pela qual se ordenou a libertação do líder salafista, alguns analistas assinalaram que recentemente Maqdesi e outros pregadores condenaram as práticas do EI por serem contrárias ao islã.
Esta libertação acontece dois dias pós o Estado Islâmico divulgar um vídeo no qual mostra o piloto jordaniano Moaz Kasasbeh, sendo queimado vivo.
Kasasbeh tinha sido capturado em dezembro, quando seu avião caiu na Síria enquanto participava de operações da aliança contra os radicais.
A Jordânia defendeu ontem uma maior participação na luta contra o grupo jihadista, na qual também estão envolvidos outros países árabes, e prometeu vingar a morte do piloto.
As autoridades jordanianas executaram ontem na forca dois terroristas condenados à morte.
Um deles foi Ziad al Karbuli, antigo ajudante do líder terrorista Abu Musab al-Zarqawi, morto em um bombardeio americano no Iraque em 2006.
Também foi enforcada a iraquiana Sayida al Rishawi, cuja libertação tinha sido exigida nas últimas semanas pelo EI em troca da vida do piloto e do refém japonês Kenji Goto, que foi decapitado por esse grupo no sábado passado.
As negociações para essa troca foram suspensas na semana passada depois que Amã pediu uma prova de que seu piloto seguia com vida.
Após a divulgação do vídeo, as forças jordanianas disseram que o militar tinha sido assassinado no último dia 3 de janeiro. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.